Noite de chuva tétrica e pressaga.
Da natureza ao íntimo recesso
Gritos de augúrio vão, praga por praga,
Cortando a treva e o matagal espesso.
Montes e vales, que a torrente alaga,
Venço e à alimária o incerto passo apresso.
Da última estrela à réstia Ínfima e vaga
Ínvios caminhos, trêmulo, atravesso.
Tudo me envolve em tenebroso cerco
— D’ alma a vida me foge, sonho a sonho,
E a esperança de vê-Ia quase perco.
Mas numa volta, súbito, da estrada
Surge, em auréola, o seu perfil risonho,
Ao clarão da varanda iluminada!