Um Arlequim feito de cubos
equilibrados:
trinta losangos arranjados
sobre dois tubos.
— Ele talvez
jogue xadrez…
No halo, que a lâmpada tranquila
rasga, de cima,
esse Arlequim de pantomima
oscila, oscila,
e vem… e vai…
e quase cai…
Mas entra alguém: é uma silhueta
que espia e passa.
Seu riso é um fruto sob a graça
da mosca preta
— É uma mulher
como qualquer…
Um gesto só lânguido e doce:
e, num instante,
Dom Arlequim, o petulante,
esfarelou-se…
— Todo Arlequim
é mesmo assim…