Meu corpo, minhas feições envelhecem:
ferida de pavoroso punhal.
Suportá-la? Não sei como! Não tenho forças para suportá-la.
A ti recorro, Arte da Poesia,
para ti me volto,
que tens nações de fármacos e analgésicos,
tentando narcotizar essa dor
em fantasia e palavra.

Ferida de pavoroso punhal.
Favorece-me com teus fármacos, Arte
da Poesia, que fazem — por um
átimo — insensível a ferida.