Com que tersa doçura
me levanta do leito em que sonhava
profundas plantações perfumadas,
me passeia os dedos pela pele e me desenha
no espaço, de forma instável, até que o beijo
se pousa curvo e recorrente,
para que o fogo lento comece
a dança cadenciada da fogueira
tecendo-se em rajadas, em hélices,
ir e vir de um furacão de fumaça…
Por quê, depois,
o que sobra de mim
é só um inundar-se entre as cinzas
sem um adeus, sem nada mais que o gesto
de liberar as mãos?