Então vamos:
um mistério de cada vez.
Perplexidade ante perplexidade.
Calma. Devagarinho.
Como quem abre o estojo do mundo
com um aramezinho.

Chegaremos a
uma revelação
sobre o nosso último destino
– talvez a tempo de desativar
o pino.
E seja ela Deus
ou um conglomerado
já me vejo lá,
apalermado,
mudo
diante da explicação
de Tudo.

Mas antes da Epifania,
perguntas mais dia a dia…
Dúvidas banais
angústias sociais.

Nada sobre o infinito
ou o sorriso da Madonna
mas o que fazer com o caroço
da azeitona.
Teoria quântica, a alma
humana – esquece.
Pra onde vai o dinheiro
do INPS?

Minha busca pelo sentido da existência
parte de um pedido seminal
que os céus não atendem
e muito menos o manual.
Ainda chegaremos ao coração da
matéria
e aos confins de nós mesmos
mas, para começar:
como é que faz para aquele maldito
relógio digital do videocassete
parar de piscar?