Meu desejo é a região diante de mim
Atrás das linhas boches
Meu desejo está também atrás de mim
Depois da zona das tropas

Meu desejo é a colina ardente
Meu desejo está no alvo que miro
Do meu desejo além da zona das tropas
Hoje não falo mas penso

Colina ardente eu te imagino em vão
Arames metralhadoras dos boches demasiado seguros deles mesmos
Demasiado metidos na terra já enterrados

Ca ta clac disparos que morrem se afastando

Em vigília tarde da noite
É um da província que tosse
A telha ondulada sobre a chuva
E sem que a chuva se adoce

Escuta a terra veemente
Vê os clarões antes de ouvir os tiros
O tac clac monótono e breve
Um obus a assobiar demente

Eu te vejo Mão de Massiges
Tão descarnada no mapa

A trincheira Goethe em que atirei
Atirei mesmo sobre a Nietzsche
Francamente eu não respeito
Glória nenhuma

Noite violenta e violenta sombria e por instantes dourada
Noite dos homens apenas
Noite de 24 de setembro de 1915
Amanhã o assalto
Noite violenta ó noite cujo grito espantoso a cada minuto é mais intenso
Noite dos homens apenas
Noite que grita como uma mulher parindo.