O homem imaginário
vive numa mansão imaginária
rodeada de árvores imaginárias
à margem de um rio imaginário

Dos muros que são imaginários
pendem antigos quadros imaginários
irreparáveis rachaduras imaginárias
que representam feitos imaginários
ocorridos em mundos imaginários
em lugares e tempos imaginários

Todas as tardes tardes imaginárias
sobe as escadas imaginárias
e se debruça na varanda imaginária
olhando a paisagem imaginária
que consiste num vale imaginário
circundado de colinas imaginárias

Sombras imaginárias
vêm pelo caminho imaginário
entoando canções imaginárias
à morte do sol imaginário

E nas noites de lua imaginária
sonha com a mulher imaginária
que o brindou com amor imaginário
volta a sentir essa mesma dor
esse mesmo prazer imaginário
e volta a palpitar
o coração do homem imaginário