CORO DE ESPÍRITOS

Cúpula que as nuvens fende!
Éden que áurea luz resplende!
Infindo, Vasto, Ilimitado,
És agora e fostes ontem!
Do presente e do passado
Do sempiterno Quando e Onde,
Câmara, santuário, lar,
Fixo domo a perdurar,
Dos atos e eras por passar!

Sopras vida a nobres mundos
Que constelam vãos profundos
E as mais desertas brenhas tuas,
Que a Terra seguem em sua dança;
E o alvo e frio cristal das luas;
E estrelas de fulgente trança;
E outros mundos verdejantes;
E, além da noite, os sóis distantes,
Átomos de luz radiantes.

Até o teu nome é como um deus,
Céu! pois mora em templos teus
Poderes em que enxerga o homem
Seu feitio, qual fosse espelho.
Vêm as gerações, e somem,
E a ti veneram de joelho.
Eles mesmos, seu panteão,
Fugazes, como um rio se vão:
Persiste — a tua imensidão. —