(Dedicado a Anna da Cunha)

“Ontem, quanto, soberba, escarnecias
Dessa minha paixão, louca, suprema,
E no teu lábio, essa rosa da algema,
A minha vida, gélida prendias…

Eu meditava em loucas utopias,
Tentava resolver grave problema…
_ Como engastar tua alma num poema?
E eu não chorava quando tu te rias…

Hoje, que vives desse amor ansioso
E és minha, só minha, extraordinária sorte,
Hoje eu sou triste, sendo tão ditoso!

E tremo e choro, pressentindo, forte
Vibrar, dentro em meu peito, fervoroso,
Esse excesso de vida, que é a morte…”