Ai! quanta vez _ pendida a fronte fria
_ Coberta cedo do cismar p’los rastros _
Deixo minh’alma, na asa da poesia,
Erguer-se ardente em divinal magia
À luminosa solidão dos astros!…

Infeliz mártir de fatais amores
Se ergue _ sublime _ em colossal anseio,
Do alto infinito aos siderais fulgores
E vai chorar de terra atroz as dores
Lá das estrelas no rosado seio!
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É nessa hora, companheiro, bela,
Que ela a tremer _ no seio da soedade
_ Fugindo à noite que a meu seio gela _
Bebe uma estrofe ardente em cada estrela,
Soluça em cada estrela uma saudade…
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É nessa hora, a deslizar, cansado,
Preso nas sombras de um presente escuro
E sem sequer um riso em lábio amado _
Que eu choro _ triste _ os risos do passado,
Que eu adivinho os prantos do futuro!…