Vespas constroem
abobrinhas
olho a águia pescadora
ao ouvir isso.

Das árvores e arbustos sobrou pouco
pouca coisa nasce nos aterros arenosos
evanesce no ar
igual truques de um aprazível daimon para me entreter
e pássaros se ouvem vir de dentro da neblina.

Rebenta igual um rio
fazedor de mundos
será que é muito largo, muito fundo? Para minha surpresa alguém responde três varas.

Começa a mudar
na mata, damos de cara com a perdiz
estou coberto de piolhos verdes alados.

Quando olho mais longe encontro
as ruas mais baixas das cidades.

Em poucas semanas vão estar
como deveriam ser.

Governo
cobra e sapo
vento de agosto
subida das águias
cachorro do mato.

Abra o ninho colorido da tartaruga
Thoreau.

Agora debaixo da neve
macieiras
lascas de madeira morta
trançadas aos montes
bastantes para encher a fronha do chapéu.

Na floresta
na colina
botões arbustos
cotovias revoadas da encosta
cidade persa
a primavera cresce.

Todas as partes da natureza pertencem a uma cabeça, as espirais
a terra
a água.

Olha e ouve as novas andorinhas em volta dos
grandes botões do bordo tamanho primavera
degelo d’água, inverno do ar
alçado ali por sua mãe
noite da mata virgem.

Ouço o bramido me lembrando março, março.

Frente a frente com ele, eles estão prestes a enforcá-lo
ele deixa eles no bolso.

Ouço gralharem corvos roucos rumo à pinha branca
grilos rangem pela praia
o mesmo frio que faz a chuva; não cortante.

Suas partes centrais entortaram para cima.

Olha, trinta ou quarenta pintassilgos em bando, ar frio
um vasto número de peixes debandou.

Já que floresce uma segunda vez
era perfeito pra deitar em cima
concertos matinais do melro, acônito de inverno
montes de borboletas
asas em preto e branco
novo país onde as pedras não pegaram fogo.

Que eu seja tão vivaz quanto o salgueiro.
E a voz humana não vai expressar tanto teor quanto a nota do pássaro?

Junto a isso, pegadas do coelho
que também esbarrou no pequeno carvalho
gritos da locomotiva, carros retumbantes, sussurro
submerso o dia inteiro.

O musgo abocanha a fruta verde.

A cobra na verga, veloz, embora à vontade na árvore
calou-se a grama do olho azul. Quando ela vai se abrir?

Flâmulas
surpresas, ramos de alho-poró na pedra.

Este é meu areal.

Ponte para a liberdade e nenúfares
nenúfares

nas nossas matas
divinas em parte
e aceleram o coração dela
calmo e selvagem é um só. Que som mais gostoso!