SOBRE A CIÊNCIA
– “O meu trabalho nasceu da pura e simples experiência, a qual é a verdadeira mestra.”
– “Ó pesquisador desta nossa máquina, não se entristeça se precisa da morte alheia para poder estudar a vida, mas alegre-se de que o nosso Criador nos tenha dado o intelecto para um instrumento tão excelente.”
– “A lua, densa e pesada, densa e pesada, como se sustenta a lua?”
SOBRE ESCREVER
– “Com que palavras você descreverá este coração, sem encher um livro? E quanto mais minuciosamente descrever, mais confundirá a mente do leitor e sempre precisará de amostras ou de retornar à experiência, que nos escritores é escassa e explica poucas coisas em relação ao total de informações a respeito de um objeto do qual você deseja saber tudo.”
SOBRE A EXISTÊNCIA
– “Eu manifesto aos homens a origem primeira, ou talvez secundária, da razão do seu próprio ser.”
SOBRE A ORIGINALIDADE
– “Hão de ser considerados e não menos estimados os inventores e intérpretes entre a natureza e os homens, em comparação com os repetidores e divulgadores das obras alheias, como é o objeto colocado ante um espelho comparado com sua imagem refletida nele, pois um, por si só, é alguma coisa, mas a outra não é nada. Gente que tem pouca obrigação para com a natureza, porque somente é dotada de virtudes acidentais e sem elas poderia figurar entre os rebanhos de animais.”
SOBRE AÇÕES E CONSEQUÊNCIAS
– “O vinho consumido pelo bêbado, nele se vinga.”
– “O caranguejo estava debaixo de uma pedra para agarrar os peixes que ali entravam, quando veio a enchente, ocasionando a desastrosas avalanche de pedras que, ao rolarem, o esmagaram.”
– “A torrente arrastou tanta terra e tantas pedras no seu leito, que se viu obrigada a mudar de lugar”
SOBRE AS PROMESSAS
– “Não prometa a você mesmo coisas que não pode conseguir se perceber, que, por não tê-las, elas lhe causarão sofrimento”
SOBRE O INTELECTO
– “Não creio os homens grosseiros, de maus hábitos e pouca inteligência mereçam tão belo instrumento, nem tanta variedade de mecanismos quantos os homens especulativos e capazes de racionar, mas deveriam ter apenas uma bolsa para receber comida e logo expulsá-la, pois na verdade não merecem ser considerado mais que um conduto de alimentos, e creio que não têm nada a ver com a espécie humana, a não ser pela voz e pela silhueta; no restante, são menos que animais.”
SOBRE O TEMPO
– “Sem razão se lamentam os homens pela fuga do tempo, culpando-o de passar rápido demais, e não se dão conta de que ele dura o suficiente, mas a boa memória que a natureza nos deu faz com que as coisas que tenham acontecido há muito tempo nos pareçam ainda recentes.”
SOBRE A MORTE
– “O linho é destinado à morte e decomposição dos mortais: à morte, pelos laços e redes que com eles são feitos para pegar pássaros, animais e peixes; à decomposição, porque em tecidos de linhos que se envolvem os mortos para enterrá-los e neles apodrecem. Além disso, o linho não se desprende dos seus galhos antes de começar a macerar-se e decompor-se, e é com ele que se enfeitam os funerais.”