Um dos poetas brasileiros mais reconhecidos internacionalmente, Régis Bonvicino faleceu neste sábado, 5 de julho. A0s 70 anos, ele estava passando férias em Roma, Itália, com a sua família. De acordo com a sua mulher, a psicanalista Darly Menconi, ele sofreu uma queda e estava internado havia uma semana. Além da esposa, ele deixa três filhos, João, Marcelo e Felipe.
Régis Rodrigues Bonvicino nasceu a 25 de fevereiro de 1955, em São Paulo. Poeta, tradutor, crítico literário e editor brasileiro, é considerado um dos mais inovadores autores da literatura brasileira. Prolífico, publicou diversos livros entre poesias, críticas, antologias e traduções. Ao lado de Nelson Ascher e Michael Palmer, organizou uma das principais antologias poéticas das últimas décadas: “Nothing the Sun Could Not Explain”, em 1997. Essa obra é considerada um marco para a divulgação de vários poetas brasileiros internacionalmente, como Paulo Leminski e Torquato Neto. Como editor, publicou revistas como Poesia em Greve, Muda e Qorpo. Estranho nos anos 1970, esta última com Julio Plaza – nas quais publicou Waly Salomão, José Paulo Paes, Haroldo de Campos e Décio Pignatari, entre vários. É o criador da revista Sibila, que teve onze números impressos, de 2001 a 2007, e que, desde então, passou a ser exclusivamente eletrônica.
Morreu-me (Régis Bonvicino)
Morreu-me o visto como a palavra,
luminosidade intercalada
pelo raio entre os azuis
com os trovões
Eis-me aqui por dentro o que captei
fez com que eu perdesse um de meus centros
Um peso oco
soa na cabeça
como um lamento