Nem bem uma cama, nem bem um banco
Papel de parede: um amarelo feio
Um par de cadeiras. Um espelho estrábico.
Nós entramos. Minha sombra e eu.

Nós abrimos com estardalhaço a janela:
os reflexos da noite se espalham pelo chão.
A noite não respira. Com latidos variados,
cachorros ao longe quebram o ar parado.

Imóvel, eu fico lá, na janela,
e no negro bojo do céu
arde, como uma gota dourada de mel
a tenra lua.