Eu gosto daquela montanha em sua negra peliça
de florestas de abetos — porque,
na melancolia de uma estranha terra montanhosa,
estou mais perto de casa.
Como deveria eu não conhecer aquele agulheiro de árvores?
e como deveria não perder a cabeça
à mera visão daquele tapete de folhas mortas
exibindo tristeza ao longo de meu caminho?
Quanto mais para o alto, as trilhas retorcidas
de treva e depressão, mais límpidos
crescem os sinais, guardados desde a infância,
de minha planície, ao norte.
Não poderemos, então, na hora da morte
escalando as encostas do paraíso,
encontrar todas as coisas amadas
que, em vida, nos enlevaram?
Não conhecia Nabokov até hoje, por acaso. Este fruto da minha ignorância em relação à literatura russa vai me levar a conhecê-lo melhor, já que pretendo lê-lo.