Luciano Moreira Pinto, mais conhecido como O LIMCE, é Nascido e criado em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Rapper, Poeta e Cantor, O artista usa a linguagem urbana do rap para mostrar as mazelas sociais, as desigualdades, as desigualdades e o retrato de um Brasil injusto. Autodidata, começou a escrever em 1994 quando ainda trabalhava na Construção Civil e ajudava em diversos projetos sociais nas ruas da Baixada. Incentivado por amigos, transformou seus textos em música e começou a criar beats. Hoje, com mais de mil textos escritos, O Limce tem um livro de poesias, ‘Cavalo de Troia’ e acaba de lançar o álbum ‘1985’ (2020).

A guerra segue lá fora

A guerra segue
lá fora, onde muitos
encontram paz.

Caos e fedor,
harmonia e bom odor,
são distinguidos
na mente por
conceitos iguais.

Ao alcance do tato
e de seu paladar.

Impressões visuais,
na audição e das
fossas nasais.

Guerra na rede,
a internet sussurra
docilmente coisas banais.

Persona fictícia,
milhares de views.

Confecção de selfie,
algo que retroagiu,
mas ninguém viu!

Casa pequena

Esta casa é pequena,
ela é pequena demais!

É pequena demais
para me conter.

Esta casca é fraca
e não pode me suportar.

A casca se desfaz
no meu florescer.

Pois a carne é erva,
e brota pela manhã.

Cresce e dá os seus frutos…

Quando seca a carne é vã.

Forquilha forjada

Ignorância é ser livre
e viver como um escravo.

Acidente é o ressurgente,
que se diz ativista
a visão no passado.

Falar demais, por secular sazonais,
festa para vender mais.

Religião, política que aplicam
devocionais culturais.

Quantos irmãos vão nascer,
crescer, reproduzir e morrer.

Forquilha forjada.

Prefiro

Prefiro a profundidade
infinita da alma obscura,
do que a escravidão padronizada
que rege os zumbis, pois é isso
aí que eu vejo nas ruas.

Um salve aos ladrões de máscaras,
por furtarem e mostrarem
minha face sisuda.

Salve o astro Rei,
salve meu satélite mor, a Lua.

*Poemas extraídos do livro “Cavalo de Tróia”, editora Autografia, 2018.