Adeus! Para sempre adeus!
Vou-me de ti; fica em paz.
Volva o riso aos olhos teus,
Não te verei nunca mais.

Adeus! Para sempre adeus!
Nem que teu semblante puro
Perpasse ante os olhos meus,
Não te verei: eu te juro.

Adeus! Para sempre adeus!
De minh’alma a luz cegaste;
A virgem dos sonhos meus
Tu brincando a trucidaste.

Adeus! Para sempre adeus!
Encantos que me enlevaram
Tua beleza, perdeu-os,
Que olhos d’outrem profanaram.

Adeus! Para sempre adeus!
Foste um anjo, uma visão.
Agora aos olhos ateus
Sombra és tu de uma ilusão.

Para sempre adeus! Repousa
Quem fui no que sou em paz.
Lê nesta fronte que é lousa:
“Morreu sua alma. Aqui jaz”.