Olhai a árvore amiga
que tanta bondade influi:
enquanto o sol a castiga,
em sombras se distribui.

Para esquecer-te, menina,
junto a ti eu me condeno.
É como na medicina:
– veneno mata veneno.

Se sou triste, com certeza
jamais deves te admirar,
que a causa desta tristeza
só tu podes decifrar.

Sonho jamais alcançado!
Milagre feito por Deus:
teu corpo a mim conchegado,
teus olhos dentro dos meus.

Feri-me sim, nos espinhos
das flores que me ofertaste.
Não maldigo: os teus carinhos
têm sempre acúleo na haste.