Stephen Crane nasceu no dia 1 de novembro de 1871, em New Jersey, Estados Unidos. Poeta romancista, é considerado precursor do movimento naturalista estadunidense, com a publicação de seu primeiro livro, “Maggie: A garota das ruas”. Contudo, a sua obra mais importante é “A glória de um covarde: um episódio da Guerra Civil americana”, um documento sobre a guerra de secessão, de 1895. Contemporâneo e admirador de H. G. Wells, amigo de Joseph Conrad, também foi jornalista em Cuba e na Grécia. Morreu na Alemanha com apenas 28 anos, vítima de tuberculose, no dia 5 de junho de 1900.
Eu vi um homem perseguindo o horizonte
Eu vi um homem perseguindo o horizonte;
Giravam e giravam à toa.
Aquilo me perturbou;
Aproximei-me do homem.
“É tolice”, murmurei,
“Você jamais poderá…”
“Você mente”, gritou ele,
E continuou correndo.
Havia um homem com uma língua de madeira
Havia um homem com uma língua de madeira
Que tentava cantar
E na verdade era deplorável.
Mas houve um que ouviu
Os estalos dessa língua de madeira
E entendeu o que o homem
Queria cantar
E com isto o cantor ficou feliz.
Parei num lugar muito alto
Parei num lugar muito alto
E vi, lá embaixo, inúmeros diabos
Correndo, saltando,
Num festival de pecados.
Um deles olhou para cima gargalhando
E disse “Camarada! Irmão!”
*Poemas do livro “Antologia da Nova Poesia Norte-Americana”, Editora Civilização Brasileira, 1992.
Tradução de Jorge Wanderley.