Johann Goethe
Johann Wolfgang von Goethe nasceu no dia 28 de agosto de 1749, em Frankfurt am Main , na Alemanha. Considerado o maior nome da literatura alemã de todos os tempos, foi poeta, dramaturgo, romancista e ensaísta. Juntamente com Friedrich Schiller, liderou o movimento literário romântico alemão “Sturm und Drang”. Estadista do Sacro Império Romano-Germânico também fez incursões pelo campo da ciência natural. O drama trágico “Fausto”, de 1790, mas publicado de forma completa apenas em 1832, é a sua grande obra-prima.
De família burguesa e muito culta, a educação de Goethe foi enciclopédica. Em 1765, quando começou a estudar direito na Universidade de Leipzig, conheceu literatos e artistas que influenciaram o seu interesse pela poesia. Inspirado pelas obras de Shakespeare, Homero e Ossian, e também tendo maior contato com a poesia popular (Volkspoesie), começou a escrever poemas anacreônticos, bem à moda da época. Segundo o próprio Goethe as suas poesias eram “ocasionais”, isto é, substancialmente ligadas às suas experiências pessoais em relação aos acontecimentos naturais. Dessa maneira, Goethe caracterizou-se por grandes odes em versos livres, com um idealismo estético e moral, graves meditações em estilo hermético, além de idílios.
Outra grande fonte de inspiração nas obras de Goethe foi o amor. Envolvido em intensas relações ao longo da vida, começou a escrever poemas românticos para a sua primeira musa, Friederike Brion, que ficaram conhecidos posteriormente como “Sesenheimer Lieder”. Em 1772, apaixonou-se por Charlotte Buff, então noiva de um amigo íntimo. Esse conflito trouxe um período de abatimento emocional ao poeta, que foram traduzidos em obras pessimistas e dramáticas. Outra relação importante de Goethe foi com Charlotte von Stein, uma mulher altamente sofisticada, que trouxe ao poeta a uma nova série de poesias líricas, mas ainda longe do erotismo.
A fase de poemas eróticos de Goethe começa em 1790, quando conhece Christiane Vulpius, com quem se casaria em 1806. Nesse período, ele escreveu “Römische Elegien”, uma coleção de versos sexuais. Com a morte de Christiane, em 1816, Goethe dedica-se a outras atividades. No entanto, aos 70 anos, conhece a jovem Marianne von Willemer que lhe inspirou a escrever “O divã ocidental-oriental”, volume de poesias eróticas e filosóficas, cheias de paixão violenta e de anticristianismo.
Grande estudioso e muito interessado em culturas, Goethe também se aprofundou na cultura brasileira. Inclusive, sabe-se que em sua biblioteca constavam 17 títulos de obras que tratavam do Brasil. Através da leitura de “Dos Canibais de Montaigne” ele aprendeu canções tupinambás e mantinha um intercâmbio de informações científicas com Carl Friedrich Philipp von Martius, a quem costumava chamar de “o brasileiro Martius”. O biólogo botânico, Christian Gottfried Daniel Nees von Esenbeck “batizou” Goethe como uma espécie de “Malvaceae brasileira”. Em nossa literatura, Goethe influenciou autores como Machado de Assis e Guimarães Rosa.
Johann Goethe morreu aos 82 anos, em 22 de março de 1832, na cidade de Weimar, na Alemanha. Ele foi sepultado no Cemitério Histórico de Weimar, ao lado de Friedrich Schiller.
Poemas de Johann Goethe:
Feliz Só Será
Feliz só será A alma que amar. 'Star alegre E triste, Perder-se a pensar, Desejar E recear Suspensa em penar, Saltar de prazer, De aflição morrer — Feliz só será A alma que amar.
O Divino
Nobre seja o homem, Caridoso e bom! Pois isso apenas É que o distingue De todos os seres Que conhecemos. Glória aos incógnitos Mais altos seres Que pressentimos! Que o homem se lhes iguale! Seu exemplo nos ensine A crer naqueles! Pois insensível É a natureza: O sol...
Poemas São como Vitrais Pintados
Poemas são como vitrais pintados! Se olharmos da praça para a igreja, Tudo é escuro e sombrio; E é assim que o Senhor Burguês os vê. Ficará agastado? — Que lhe preste!... E agastado fique toda a vida! Mas — vamos! — vinde vós cá para dentro, Saudai a sagrada capela!...
Propriedade
Sei que nada me é pertencente Além do livre pensamento Que da alma me quer brotar, E cada amigável momento Que um destino bem-querente A fundo me deixa gozar.
Canto dos Espíritos sobre as Águas
A alma do homem É como a água: Do céu vem, Ao céu sobe, E de novo tem Que descer à terra, Em mudança eterna. Corre do alto Rochedo a pino O veio puro, Então em belo Pó de ondas de névoa Desce à rocha liza, E acolhido de manso Vai, tudo velando, Em baixo murmúrio, Lá...
Achado
Fui à floresta, Em si volvido. Na distração Tive sentido. No escuro eu vi Uma flor bela, Como olhos ternos, Como uma estrela. Eu fui cortá-la; Pôs-se a falar: “Se eu for cortada, Não vou murchar?” Rente às raízes Fundo cavei, E ao meu jardim A transplantei. Em lugar...
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- Rainer Maria Rilke
- Paul Celan
- Lord Byron
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