Cecília Meireles

Poetas

Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nasceu no dia 07 de novembro e 1901, na cidade do Rio de Janeiro. Considerada a principal poeta da literatura brasileira, possui uma obra extensa e muito importante, com mais de 50 livros publicados, dos mais diversos gêneros (poemas, contos, crônicas, literatura infantil e folclore). Apesar de muito mencionada para a Academia Brasileira de Letras, ela nunca fez parte da ABL, no entanto, com o livro “Viagem”, publicado em 1939, foi premiadas pela entidade.

Embora muito influente e requisitada, Cecília Meireles nunca pertenceu a nenhum movimento literário. Suas poesias iniciais mostram inclinação pelo Simbolismo, pois abordava temas como o espiritualismo e o orientalismo (Cecília traduziu livros do poeta hindu Rabindranath Tagore). As obras de Cecília possuem conteúdos reflexivos, filosóficos, existencialistas, que falam da vida, morte, tempo, amor e natureza, em tons de desespero e certo individualismo.

Outro destaque das obras poéticas de Cecília Meireles é a sonoridade de seus versos. Professora de música e línguas, ela usava de seu vasto conhecimento musical para incorporar melodias em seus poemas. Tanto é verdade, que duas de suas poesias mais conhecidas, “Motivo” e “Canteiros”, foram musicadas pelo cantor Raimundo Fagner e fazem sucesso até hoje.

Cecília Meireles faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de novembro de 1964.

Poemas de Cecília Meireles:

Reinvenção

A vida só é possível reinventada. Anda o sol pelas campinas e passeia a mão dourada pelas águas, pelas folhas… Ah! tudo bolhas que vem de fundas piscinas de ilusionismo… — mais nada. Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada. Vem a lua, vem, retira...

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Cântico VI

Tu tens um medo: Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo o dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não...

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Timidez

Basta-me um pequeno gesto, feito de longe e de leve, para que venhas comigo e eu para sempre te leve… - mas só esse eu não farei. Uma palavra caída das montanhas dos instantes desmancha todos os mares e une as terras mais distantes… - palavra que não direi. Para que...

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Segundo Motivo da Rosa

Por mais que te celebre, não me escutas, embora em forma e nácar te assemelhes à concha soante, à musical orelha que grava o mar nas íntimas volutas. Deponho-te em cristal, defronte a espelhos, sem eco de cisternas ou de grutas… Ausências e cegueiras absolutas...

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Canção

No desequilíbrio dos mares, as proas giram sozinhas… Numa das naves que afundaram é que certamente tu vinhas. Eu te esperei todos os séculos sem desespero e sem desgosto, e morri de infinitas mortes guardando sempre o mesmo rosto Quando as ondas te carregaram meu...

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Nadador

O que me encanta é a linha alada das tuas espáduas, e a curva que descreves, pássaro da água! É a tua fina, ágil cintura, e esse adeus da tua garganta para cemitérios de espuma! É a despedida, que me encanta, quando te desprendes ao vento, fiel à queda, rápida e...

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Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão...

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Motivo

Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não...

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