Uma das mais importantes vozes da literatura brasileira de todos os tempos, a escritora Nélida Piñon faleceu neste sábado, 17 de dezembro, aos 85 anos, em Lisboa, Portugal. A causa da morte ainda não foi divulgada. De acordo com nota oficial da Academia Brasileira de Letras, o sepultamento acontecerá no mausoléu e a ABL fará uma Sessão da Saudade no dia 02 de março, no Salão Nobre, em homenagem à autora.
Reconhecida internacionalmente, Nélida Piñon estreou na literatura em 1961, com o romance “Guia-mapa de Gabriel Arcanjo”. Sua extensa obra, que incluiu mais de 20 livros publicados, principalmente entre romances, contos e crônicas, foi traduzida para diversos idiomas, tendo recebido importantes prêmios, como, por exemplo, o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995, sendo a primeira mulher e autora de língua portuguesa a ser contemplada.
Primeira Mulher Presidente da Academia Brasileira de Letras
Nélida Cuíñas Piñón, nasceu no Rio de Janeiro, a 3 de maio de 1937. Filha de pais de origem galega, recebeu o nome em forma de anagrama para homenagear seu avô materno, Daniel Cuíñas. Formou-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e foi editora e membra do conselho editorial de várias revistas no Brasil e exterior. Como acadêmica, Nélida ocupava a “Cadeira 30” da ABL, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda. Em 1996-1997, tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a entidade. Nélida também foi acadêmica correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, assim como também, em outubro de 2014, passou a fazer parte da Real Academia Galega.
“Se vive e se escreve sem rede de segurança.” (Nélida Piñon)