*manuscrito da receita de Emily Dickinson.
Imagem: Amherst College Digital Collection

Por Igor Calazans

Se a poesia é a arte que “alimenta a alma”, um bom poeta também pode ampliar seus dotes culinários. Dentre as curiosidades mais legais que podemos dizer sobre a ainda “enigmática” Emily Dickinson, a sua paixão pela cozinha é uma das mais reconhecidas. A poeta, grande voz da poesia norte-americana do início do século XX, também foi uma mestre-cuca de primeira categoria e durante toda a vida escreveu, além dos irretocáveis poemas, diversas receitas que preparava no dia a dia. Como a época é de Natal, separamos uma das melhores opções de seu “Cardápio” para podermos degustar na ceia com a família.

Quando se fala de Emily Dickinson e culinária, não é um assunto qualquer não. A poeta, como cozinheira, também recebeu honrarias, tanto que, em 1857, foi premiada pelo seu pão indiano numa feira local. Uma de suas receitas mais “populares” era o bolo, ou bolinho, de gengibre (gingerbread). De acordo com relato narrado por MacGregor Jenkins, que conheceu a poeta quando ele ainda era criança, e escreveu o livro “Emily Dickinson: Amigo e Vizinha”  (1930), esse bolo era um orgulho da poeta que assava os próprios pães em casa. Segundo Jenkins, eram bolos longos e ovais, crocantes e marrons por fora, mas de um tom castanho claro ou amarelo e delicadamente doces e grudentos por dentro. A cobertura era firme e brilhante e frequentemente trazia algum tipo de decoração, uma penny flower ou outra flor pequena.

RECEITA ORIGINAL DO BOLINHO DE GENGIBRE DE EMILY DICKINSON

Ingredientes:

– 4, 65 xícaras de chá de farinha
– 1 colher de sopa de gengibre
– ½ xícara de manteiga
– 1 colher de chá de bicarbonato de sódio
– ½ xícara de chá de nata
– 1 colher de chá de sal
– Quanto bastar de melado

Modo de Preparo: Para Emily “cerca de uma xícara de chá basta”. Outra variável é a quantidade de farinha, de acordo com o tamanho do bolo. Para ter um formato oval, você pode usar formas redondas ou, até mesmo, uma assadeira de muffins de ferro fundido. Segundo MacGregor Jenkins, Emily costumava cobrir os bolinhos com glacê e decorá-los com uma pequena flor comestível, como amor-perfeito.

Emily Dickinson coloca a massa em uma fôrma grande, assa por 12 minutos e após esfriar, corta em pequenas barras, deixando mais fáceis de cobrir com glacê. Lembre-se: não existia batedeira elétrica. Ela mexia os ingredientes pacientemente até dar liga… Inclusive, algumas dessas vezes, a poeta escrevia poemas nos versos das embalagens dos produtos.

Veja, no link abaixo, mais receitas de Emily Dickinson, em inglês, para aumentar as deliciosas opções do seu cardápio!

https://lithub.com/now-you-too-can-bake-like-emily-dickinson-this-holiday-season/

Aqui tem uma outra receita do Receita do “Black Cake” de Emily Dickinson, publicado pelo Washington Post.

https://www.washingtonpost.com/recipes/emily-dickinsons-black-cake/9745/?noredirect=on&utm_term=.2b58305c85f8

*Imagens do site lithub.com