Ariano Suassuna

Poetas

Ariano Vilar Suassuna nasceu no dia 16 de junho de 1927, em João Pessoa, Paraíba. Além de poeta, foi um dos mais importantes dramaturgos, romancistas e ensaístas da literatura brasileira no século XX, tendo publicado obras-primas traduzidas nas mais diversas línguas, como o “Auto da Compadecida” e “O Santo e a Porca”. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupou a cadeira n. 32, na vaga de Genolino Amado, a partir de 9 agosto de 1990.

Ferrenho defensor da cultura popular nordestina, a partir da década de 1970, Ariano Suassuna encabeça a criação do “Movimento Armorial”, série de manifestações artísticas (literatura de cordel, música, dança, artes plásticas, teatro e cinema). Essas atividades tinham o intuito de exaltar e, até mesmo, internacionalizar os hábitos e os folclores regionais brasileiros, assim como os países europeus e os Estados Unidos conseguiram implantar pelo mundo.

Por isso, as obras literárias de Suassuna abordavam, de forma cômica e sensível, o jeito mais genuíno das regiões nordestinas: o modo de falar, sotaques, jargões, crenças de senso comum, eram utilizados minuciosamente pelo o autor, valorizando a cultura nacional e evidenciando a importância de conhecermos a nossa própria história.

Ariano Suassuna faleceu em 23 de julho de 2014, no Recife, Pernambuco.

Poemas de Ariano Suassuna:

A mulher e o Reino

Oh! Romã do pomar, relva esmeralda Olhos de ouro e azul, minha alazã Ária em forma de sol, fruto de prata Meu chão, meu anel, cor do amanhã Oh! Meu sangue, meu sono e dor, coragem Meu candeeiro aceso da miragem Meu mito e meu poder, minha mulher Dizem que tudo passa e...

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A Morte – A Moça Caetana

[Com tema de Deborah Brennand] Eu vi a Morte, a moça Caetana, com o Manto negro, rubro e amarelo. Vi o inocente olhar, puro e perverso, e os dentes de Coral da desumana. Eu vi o Estrago, o bote, o ardor cruel, os peitos fascinantes e esquisitos. Na mão direita, a...

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A Estrada

[Com mote de Augusto dos Anjos] No relógio do Céu, o Sol ponteiro Sangra a Cabra no estranho céu chumboso. A Pedra lasca o Mundo impiedoso, A chama da Espingarda fere o Aceiro. No carrascal do sol, azul braseiro, Refulge o Girassol rubro e fogoso. Como morrer na...

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Noturno

Têm para mim Chamados de outro mundo as Noites perigosas e queimadas, quando a Lua aparece mais vermelha São turvos sonhos, Mágoas proibidas, são Ouropéis antigos e fantasmas que, nesse Mundo vivo e mais ardente consumam tudo o que desejo Aqui. Será que mais Alguém vê...

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A Onça, por ser Esperta

A Onça, por ser esperta, já começa o seu Caminho, Fez da sua Furna o ninho e esturra que está alerta! Será a Cadeia aberta! Quanto ao Porco, é muito certo: Fugirá para o Deserto, e a Onça, com seu bramido, libertará O Ferido, o nosso Prinspe-Encoberto! A Onça vai...

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Lápide

Quando eu morrer, não soltem meu Cavalo nas pedras do meu Pasto incendiado: fustiguem-lhe seu Dorso alardeado, com a Espora de ouro, até matá-lo. Um dos meus filhos deve cavalgá-lo numa Sela de couro esverdeado, que arraste pelo Chão pedroso e pardo chapas de Cobre,...

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