Arthur Rimbaud
Jean-Nicolas Arthur Rimbaud nasceu no dia 20 de outubro de 1854, em Charleville, na França. Considerado um dos maiores escritores franceses da sua época, foi constantemente comparado a William Shakespeare, sendo apelidado de “le petit Shakespeare” (“Pequeno Shakespeare” ou “Jovem Shakespeare”), por seus sonetos românticos, trágicos e viscerais. Rimbaud, apesar de escrever por pouco tempo, deixou uma obra rica, se tornando um dos percursores da poesia moderna.
Prodígio, Arthur Rimbaud escreveu todas as suas obras ainda na adolescência. Apesar de muito jovem, a boemia também se fez muito presente em seus poemas, assim como traços políticos e críticas sociais. Abalou a sociedade francesa ao declarar-se homossexual e assumir relacionamento amoroso como o também poeta Paul Verlaine, como quem passa a viver juntos.
O relacionamento de Rimbaud e Verlaine é conflitante. Após muitas brigas e várias separações, o casal se reencontra em Bruxelas, causando uma briga onde Verlaine atira na mão de Rimbaud. Por causa disso, Paul Verlainr foi condenado pela justiça da Bélgica a dois anos de prisão.
Com apenas 20 anos, Rimbaud deixa de escrever e decide trabalhar com o comércio de café na Etiópia. Entra para o exército das colônias holandesas, mas em 1876 resolve desertar, e volta para sua cidade natal. No ano seguinte começa a trabalhar no comércio de café e viaja por diversas cidades. Em 1885, se envolve com o tráfico de armas.
Arthur Rimbaud faleceu em Marselha, França, vitimado por um câncer na perna, no dia 10 de novembro de 1891.
Poemas de Arthur Rimbaud:
Ao Sol
(Rimbaud) Ela foi encontrada! Quem? A eternidade. É o mar misturado Ao sol. Minha alma imortal, Cumpre a tua jura Seja o sol estival Ou a noite pura. Pois tu me liberas Das humanas quimeras, Dos anseios vãos! Tu voas então... — Jamais a esperança. Sem movimento....
Sensation
Nas belas tardes de verão, pelas estradas irei, Roçando os trigais, pisando a relva miúda: Sonhador, a meus pés seu frescor sentirei: E o vento banhando-me a cabeça desnuda. Nada falarei, não pensarei em nada: Mas um amor imenso me irá envolver, E irei longe, bem...
Romance
I Não se pode ser sério aos dezessete anos. – Um dia, dá-se adeus ao chope e à limonada, À bulha dos cafés de lustres suburbanos! – E vai-se sob a verde aléia de uma estrada. O quente odor da tília a tarde quente invade! Tão puro e doce é o ar, que a pálpebra se...
A Eternidade
Achada, é verdade? Quem? A Eternidade. É o mar que se evade Com o sol à tarde. Alma sentinela Murmura teu rogo De noite tão nula E um dia de fogo. A humanos sufrágios, E impulsos comuns Que então te avantajes E voes segundo... Pois que apenas delas, Brasas de cetim, O...
Minha Boemia
(fantasia) Eu caminhava, as mãos soltas nos bolsos gastos; O meu paletó não era bem o ideal; Ia sob o céu, Musa! Teu amante leal; Ah! E sonhava mil amores insensatos Minha única calça tinha um largo furo. Pequeno Polegar, eu tecia no percurso Um rosário de rimas. A...
No Cabaré-Verde
(às cinco horas da tarde) Depois de oito dias, larguei as botinas Pelo caminho. Eu entrei em Charleroi. — No Cabaré-Verde: pedi torradas finas, Manteiga e presunto, que é frio o lugar. Feliz, estiquei as pernas sob a mesa Verde: e contemplei os toscos motivos Da...
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