e.e. cummings
Edward Eastlin Cumrnings, que na literatura assinou suas obras como “e.e. cummings” (em letras minúsculas mesmo), nasceu no dia 14 de outubro de 1894, em Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos. Um dos mais importantes poetas norte-americanos do século XX, publicou mais de 900 poemas durante a vida. Usando uma linguagem poética inovadora, bem longe dos padrões ortodoxos da época, é visto como a principal referência vanguardistas de sua geração, sendo um dos percursores da “poesia concreta”, na década de 50.
No início, a forma de escrita de e.e cummings não era muito bem conceituada pela crítica literária. Na época, muitos críticos chegaram a apelidá-lo de “Poeta para Poetas”, por considerarem as suas obras extremamente herméticas e que exigiam uma leitura especializada para a compreensão. O fato é que, mais tarde, perceberam que a experimentação de e.e cummings era uma nova forma de se expressar poesia. Com uma linguagem completamente desconstruída, usando versos livres e fora dos padrões gramaticais – tanto no uso de letras maiúsculas e minúsculas, quanto na utilização desuniforme da pontuação – os versos do autor cobram ao leitor uma necessidade de buscar novas interpretações para enxergar os textos de forma clara e objetiva.
Por ter lançado o seu primeiro livro de poesia em 1923, as influências das obras de e.e. cummings passam pelo Surrealismo, movimento que começava a delinear-se como a vanguarda predominante. No entanto, com o tempo, o poeta seguiu outras vertentes literárias, aprofundando a forma “construtivista”, tal como o fizeram no cubismo. Apesar disso, parte das obras de e.e. cummings podem também ser consideradas tradicionais. Ele escrevia poesia clássica, principalmente sonetos e, até mesmo, pequenas prosas. De forma irônica, seus poemas abordam temas como amor e a natureza, além das relações interpessoais e ácidas críticas aos sistemas políticos e econômicos.
e.e cummings faleceu no dia 3 de setembro de 1962, em Madison, Estados Unidos. No ano seguinte de sua morte, foi lançado uma coleção de seus últimos poemas inéditos.
Poemas de e.e cummings:
Carrego Seu Coração Comigo
eu carrego seu coração (eu o carrego no meu coração) eu nunca estou sem ele (em qualquer lugar que eu vá, você vai, querida; e qualquer coisa que eu faça é seu feito, minha amada) eu não temo o destino (pois você é meu destino, meu doce)eu não quero o mundo(porque...
eu gosto do meu corpo
eu gosto do meu corpo quando está com o seu corpo. É uma coisa tão nova e viva. Melhores músculos, nervos mais. eu gosto do seu corpo e do que ele faz, eu gosto dos seus comos. de tatear as vért ebras do seu corpo,a sua treme -lisa-firmeza e que eu quero mais e mais e...
Buffalo Bill
o defunto que costumava montar um garanhão de prata como água macia e rebentar umdoistrêsquatrocincotiposdeumavez oh céus era um homem bonito e o que eu desejo saber é o que lhe parece esse rapaz de olho azul Senhor Morte
Nalgum lugar que nunca estive
nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio: no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram, ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra embora...
posso sentir
posso pegar ele disse (vou gritar ela disse desse lado ele disse) engraçado ela disse (posso tocar ele disse onde vai dar ela disse bem perto ele disse) tá certo ela disse (vai dar jogo ele disse não tão longe ela disse onde é longe ele disse onde há fogo ela disse)...
uma vez que o sentimento é o primeiro
uma vez que o sentimento é o primeiro a prestar alguma atenção à sintaxe das coisas nunca virá a beijar-te por inteiro; em ser um completo insano enquanto no mundo houver Primavera meu sangue consente e beijos são um melhor destino que a sabedoria senhora, juro por...
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- Ezra Pound
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