Gonçalves Dias

Poetas

Antônio Gonçalves Dias nasceu no dia 10 de agosto de 1823, em Caxias, Maranhão. É visto como um dos principais poetas líricos da literatura brasileira, sendo o grande nome da poesia indianista da Primeira Geração Romântica do país. É Patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Além de poeta, Gonçalves Dias também foi professor, jornalista e teatrólogo. Ganhou reconhecimento nacional por trazer uma revolução literária ao Romantismo, usando a figura do índio e referências genuinamente brasileiras em suas obras. Sua poesia é marcada pelos gêneros lírico e épico, exaltando, em grande parte, feitos heroicos dos povos indígenas. Um dos seus personagens mais conhecidos, o herói “I-Juca Pirama”, é considerado o mais perfeito poema épico indianista da nossa literatura. Suas poesias também abrangem o amor, a natureza, a pátria e a religião.

A influência ultrarromântica dos versos de Gonçalves Dias é inspirada em seu amor pela jovem Ana Amélia Ferreira do Vale. Completamente apaixonado, teve seu casamento negado por sua própria família, pois a moça era mestiça. Em 1838, viajou para Coimbra, Portugal, onde concluiu o curso secundário no Colégio das Artes. Nesse período, ele escreveu a maior parte de suas obras, inclusive a “Canção do Exílio”, de 1843, poema onde expressa total sentimento de solidão e saudade de casa.

Em 1864, de volta ao Brasil, naufraga no navio francês Ville de Boulogne, que estava contornando a Costa do Maranhão. O Poeta acaba morrendo afogado no acidente. Gonçalves Dias faleceu no dia 3 de novembro de 1864, perto do Farol de Itacolomi, na Costa do Maranhão.

 

Poemas de Gonçalves Dias:

I-Juca-Pirama

I No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos,...

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As Artes são Irmãs

As artes são irmãs, e os seus cultores Do fogo criador nas mesmas chamas, Perante o mesmo altar, coroam-se, ardendo. A mesma inspiração, que acende o estro, Guia a mão do pintor quando debuxa Do rosto nas feições o brilho interno, Dá linguagem sublime à estátua muda,...

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Não Me Deixes!

Debruçada nas águas dum regato A flor dizia em vão A corrente, onde bela se mirava … “Ai, não me peixes, não! “Comigo fica ou leva-me contigo “Dos mares à amplidão, “Límpido ou turvo, te amarei constante “Mas não me deixes, não!” E a corrente passava; novas águas Após...

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Lira

Se me queres a teus pés ajoelhado, Ufano de me ver por ti rendido, Ou já em mudas lágrimas banhado; Volve, impiedosa, Volve-me os olhos; Basta uma vez! Se me queres de rojo sobre a terra, Beijando a fímbria dos vestidos teus, Calando as queixas que meu peito encerra,...

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Desejo

Ah! que eu não morra sem provar, ao menos Sequer por um instante, nesta vida Amor igual ao meu! Dá, Senhor Deus, que eu sobre a terra encontre Um anjo, uma mulher, uma obra tua, Que sinta o meu sentir; Uma alma que me entenda, irmã da minha, Que escute o meu silêncio,...

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Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá;...

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  1. Auta de Souza » Recanto do Poeta - […] tertúlias onde os convidados recitavam poemas de vários autores, como Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Castro Alves, Junqueira Freire,…

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