Matilde Campilho

Poetas

Matilde Maria d’Orey de Sousa e Holstein Campilho nasceu no dia 20 de dezembro de 1982, em Cascais, Portugal. Um das poetas contemporâneas mais influentes da língua portuguesa, ficou muito conhecida ao publicar seus poemas em vídeos na internet, alcançando uma verdadeira legião de fãs. Em 2014, lançou o seu primeiro livro de poesias, intitulado “Jóquei”, com grande sucesso de crítica.

Matilde Campilho se autodenomina “nômade”. Formou-se em Letras em Lisboa, em História da Arte em Milão, na Itália. Veio morar no Rio de Janeiro em 2010, aos 28 anos, para trabalhar como jornalista e redatora. Inclusive, segundo a própria autora, foi em uma tarde no Parque Lage, no Rio, onde escreveu o seu primeiro poema. Entre 2010 a 2013 publicou seus primeiros poemas, em jornais cariocas e de São Paulo.

Muitos críticos consideram Matilde uma escritora “niilista”. Contudo, ela mesmo faz questão de fugir dos rótulos. Utilizando uma linguagem única em seus versos – misturando expressões cariocas e lisboetas ao mesmo tempo -, as obras poéticas da portuguesa abordam temas cotidianos da cidade, descrevendo cenários e analisando os hábitos das pessoas. A arte, as imagens e a música também são bem exploradas pela autora, como uma forma de amenizar saudades e adonar a sua própria imaginação.

 

 

 

Poemas de Matilde Campilho:

Fevereiro

Escute só, isto é muito sério. Anda, escuta que isso é sério! O mundo está tremendamente esquisito. Há dez anos atrás o Leon me disse que existe uma rachadura em tudo e que é assim que a luz entra, não sei se entendi. Você percebe alguma coisa da mistura entre falhas...

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Rua do Alecrim

Uma menina desenha uma estrela de cinco pontas a esferográfica Bic na palma da mão de outra menina. Chove, e mesmo assim o desenho não sangra: é preciso muito mais do que certas condições climatéricas para que o amor escorra. Assisto a toda a cena e penso que esta...

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Desmembramento de um Semicírculo

Certo que nos dedicamos a místicas peregrinações. Exercitamos a respiração, lutamos brigas orientais, praticamos uma e sete vezes a tradução do poema chileno. Mas no fundo sabemos que o que importa mesmo é roçar a superfície negra da pele do peito do anjo que está...

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Rio de Janeiro — Lisboa

um dia você adora meus óculos adoro os teus óculos no dia seguinte não quero que venhas na fazenda três dias antes você ia adorar este lugar você quer vir até à fazenda? um dia eu rasgo o tecido celular do rosto realizo um sorriso constante que atravessa o morro o...

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Príncipe no Roseiral

Escute lá isto é um poema não fala de amor não fala de cachecóis azuis sobre os ombros do cantor que suspende os calcanhares na berma do rochedo Não fala do rolex nem da bandeirola da federação uruguaia de esgrima Não fala do lago drenado na floresta americana Não diz...

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