Geir Campos
Geir Nuffer Campos, nasceu no dia 28 de fevereiro de 1924, em São José do Calçado, Espírito Santo. Poeta, jornalista, professor e tradutor, foi membro fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e presidente da Associação Brasileira de Tradutores. Representante da “Geração de 45”, é o autor da letra do hino de Brasília-DF e um dos poucos poetas do país a comporem uma “coroa de sonetos”.
Apesar de capixaba, Geir Campos viveu a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro, principalmente na cidade de Niterói. Quando jovem, sua primeira profissão foi a de piloto de navio, chegando a tripular navios mercantes do Lloyde durante a Segunda Guerra Mundial. Já como poeta, a partir do início da década de 50, publicou o livro “Rosa dos Rumos”, que reunia poemas que apresentava em jornais e revistas do Rio de Janeiro
Em 1951, fundou com o amigo Thiago de Mello as “Edições Hipocampo”, onde chegaram a publicar 20 volumes de poesia e prosa, entre autores mais representativos da literatura brasileira e também alguns estreantes como Paulo Mendes Campos . Nessa coleção apareceu, em janeiro de 1952, “Arquipélago”, o seu segundo livro de versos.
Em 1954, Geir migrou para o rádio para apresentar um programa semanal chamado “Poesia Viva”, na Rádio Ministério de Educação. Para o veiculo, ele produziu outros programas literários que destacavam novos poetas do Brasil na época.
Como tradutor começou publicando uma coletânea de Poemas de Rainer Maria Rilke. Grandes nomes como Bertolt Brecht, Goethe, Shakespeare, Sófocles e Walt Whitman também foram traduzidos pelo poeta. Geir tornou-se uma voz importante entre os tradutores do país e lutou pela regulamentação da profissão.
Um aspecto de destaque da obra poética foi a sua capacidade de escrever sonetos. Especializou-se na escrita dessa forma, tanto que conseguiu completar a “coroa de sonetos”, composição de 14 sonetos, que têm ligação entre si e cujos primeiros e últimos versos são versos de um outro (décimo quinto) soneto, denominado soneto-base, ou soneto-síntese.
Geir Campos faleceu no dia 8 de maio de 1999, em Niterói, Rio de Janeiro.
Poemas de Geir Campos:
Soneto
As grades, de uma vez, cada vez mais junto de mim e de si mesmas - fechando o cerco em torno do meu vôo, quando em vôos me perco por além deste meu ser quase defunto. Já não blasfemo, não peço, não pergunto: se houvesse uma resposta à dúvida! Mas as possíveis...
Tarefa
Morder o fruto amargo e não cuspir mas avisar aos outros quanto é amargo, cumprir o trato injusto e não falhar mas avisar aos outros quanto é injusto, sofrer o esquema falso e não ceder mas avisar aos outros quanto é falso; dizer também que são coisas mutáveis… E...
Poética
Eu quisera ser claro de tal forma que ao dizer —rosa! todos soubessem o que haviam de pensar. Mais: quisera ser claro de tal forma que ao dizer — já! todos soubessem o que haviam de fazer.
Bom dia! Estou a procura de familiares de Geir Campos, para autorizar criação de filme sobre sua vida.