Ivan Junqueira

Poetas

Ivan Nóbrega Junqueira nasceu no dia 3 de novembro de 1934, no Rio de Janeiro. Premiado escritor – ganhou o “Prêmio Jabuti” de 1995 – além de poeta, também exerceu as funções de crítico literário, tradutor e ensaísta. Eleito presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), entre os anos de 2003 e 2005, ocupou a Cadeira nº 37, patroneada pelo poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga.

Com uma extensa obra poética, Ivan Junqueira publicou o seu primeiro livro de poesia,  intitulado “Os Mortos”, em 1964. Sempre preocupado com questões existenciais e humanistas, a maior parte dos seus versos abordam temas metafísicos que refletem, sobretudo, a vida e a morte. Por causa disso, chegou a ser conhecido como o “Poeta do Pensamento”. Teve grande parte dos seus livros traduzidos para outros idiomas (alemão, chinês, dinamarquês, espanhol, francês, inglês, italiano e russo), dando-lhe boa repercussão internacional.

Como tradutor, Ivan Junqueira foi responsável por traduzir as obras completas de T.S.Eliot, Marguerite Yourcenar, Marcel Proust, Dylan Thomas e Charles Baudelaire.

Ivan Junqueira faleceu no dia 3 de julho de 2014, aos 79 anos, no Rio de Janeiro.

Poemas de Ivan Junqueira:

Hoje

A sensação oca de que tudo acabou o pânico impresso na face dos nervos o solitário inverno da carne a lágrima, a doce lágrima impossível... e a chuva soluçando devagar sobre o esqueleto tortuoso das árvores

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Sagração dos Ossos

Considerai estes ossos — tíbios, inúteis, apócrifos — que sob a lápide dormem sem prédica que os conforte. Considerai: é o que sobra de quem lhes serviu de invólucro e agora já não se move entre as tábuas do sarcófago. Dormem sem túnica ou toga e, quando muito, um...

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Esse Punhado de Ossos

Esse punhado de ossos que, na areia, alveja e estala à luz do sol a pino moveu-se outrora, esguio e bailarino, como se move o sangue numa veia. Moveu-se em vão, talvez, porque o destino lhe foi hostil e, astuto, em sua teia bebeu-lhe o vinho e devorou-lhe à ceia o que...

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No Leito Fundo

No leito fundo em que descansas, em meio às larvas e aos livores, longe do mundo e dos terrores que te infundia o aço das lanças; longe dos reis e dos senhores que te esqueceram nas andanças, longe das taças e das danças, e dos feéricos rumores; longe das cálidas...

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Talvez o Vento Saiba

Talvez o vento saiba dos meus passos, das sendas que os meus pés já não abordam, das ondas cujas cristas não transbordam senão o sal que escorre dos meus braços. As sereias que ouvi não mais acordam à cálida pressão dos meus abraços, e o que a infância teceu entre...

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Tristeza

Esta noite eu durmo de tristeza. (O sono que eu tinha morreu ontem queimado pelo fogo de meu bem.) O que há em mim é só tristeza, uma tristeza úmida, que se infiltra pelas paredes de meu corpo e depois fica pingando devagar como lágrima de olho escondido. (Ali, no...

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