Torquato Neto
Torquato Pereira de Araújo Neto nasceu no dia 9 de novembro de 1944, em Teresina, Piauí. Um dos principais nomes do movimento tropicalista na década de 60, tendo escrito o breviário Tropicalismo para principiantes, foi poeta, compositor e jornalista.
Com ideais ligados à contracultura, Torquato Neto defendia a necessidade de criar um movimento “pop” genuinamente brasileiro. No início da década de 60, envolveu-se ativamente na cena artística baiana, onde conheceu, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia.
Em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar jornalismo na universidade, mas não chegou a se formar. Apesar disso, trabalhou como colunista cultural de diversos veículos, atuando como ativista defensor das manifestações artísticas de vanguarda como a Tropicália, o cinema marginal e a poesia concreta.
No final da década de 1960, com o AI-5 e o exílio dos amigos e parceiros Gil e Caetano, foi morar em Londres com a mulher, Ana Maria Silva de Araújo Duarte. De volta ao Brasil, no início dos anos 1970, Torquato começou a se isolar, sentindo-se alienado pelo Regime militar. Passou por uma série de internações para tratar do alcoolismo.
Torquato se matou um dia depois de seu 28º aniversário, em 1972. Depois de voltar de uma festa, trancou-se no banheiro e abriu o gás e isso levou muita gente pensar que Torquato foi morto pelo regime militar.
Torquato Neto faleceu no dia Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972.
Poemas de Torquato Neto:
Cogito
eu sou como eu soupronomepessoal intransferíveldo homem que inicieina medida do impossível eu sou eu souagorasem grandes segredos dantessem novos segredos dentesnesta hora eu sou como eu sou presentedesferrolhado indecentefeito um pedaço de mimeu sou como eu...
Let’s Play That
quando eu nascium anjo louco muito loucoveio ler a minha mãonão era um anjo barrocoera um anjo muito louco, tortocom asas de aviãoeis que esse anjo me disseapertando a minha mãocom um sorriso entre dentesvai bicho desafinaro coro dos contentesvai bicho desafinaro coro...
A Rua
toda rua tem seu cursotem seu leito de água clarapor onde passa a memórialembrando histórias de um tempoque não acaba de uma rua de uma ruaeu lembro agoraque o tempo ninguém maisninguém mais cantamuito embora de cirandas(oi de cirandas)e de meninos correndoatrás de...
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