I
Isso, lá atrás, Thoreau já nos dizia…
“Tudo fica muito claro,
SEM SOMBRA DE… DÍVIDAS!”
E pra salvar a humanidade
de uma lastra distopia
não devemos pagar nada
que não seja pela vida.
Danem-se os milagres econômicos,
se a tal dessa oblação não vale um terço
da mais pura e sincera devoção
pela fé de quem nunca rezou mesmo.
A humanidade respira, sei lá como,
já que o ar, cada vez mais rarefeito,
alastra-se no mal de quem não cuida
à distância reservada ao respeito.
Enquanto os dividendos dolorosos
apontam suas perdas mais profundas,
a morte para ti é mera conta
que não vale a razão de tanta luta.
…Um carro, o barco, minhas joias,
a viagem que também já está paga…
Como a vida pode ser assim injusta?!
Como pode-se viver
sem ter quem morra?
Como pode-se ganhar
Sem quem trabalhe?
Sem os burros das cargas mais pesadas,
Sem a boiada dos tolos miseráveis?
Como posso degustar o meu uísque
mergulhando o meu silêncio com Sinatra,
sem quem durma de frio na calçada,
sem que coma a comida estragada,
sem quem viva paciente para o nada?
II
Mas, pensam, pensam sim…
Pensam em nós de vez em quando,
colocando a máscara na cara,
alertando para nós o nosso engano:
– Precisamos encontrar a salvação!
A economia jamais pode parar!
Assim, todos nós vamos quebrar!
Juro, não quero nem pensar,
quando essa tal de pandemia for passar…
Gente,
O que iremos fazer?
Sem trabalho, crescendo o desemprego…
Juro, eu penso em nós todos…
Juro, não é só o meu dinheiro…
… Mas, infelizmente, vocês que me perdoem…
Não vamos poder assim deixar
que só uns 5 ou quase 10 mil mortos
façam um país todo parar…
…Viram só os valores do mercado?!
o Dólar e a moeda despencando…
Os cortes serão imensuráveis!
É o futuro do país que está em jogo…
III
PORCO, SOCIOPATA, SALAFRÁRIO!
CHAUVINISTA, DESUMANO, DESGRAÇADO!
Qual é o futuro do País?
Que seja o calvário da falência,
já que o dinheiro lhe é mais caro que a morte!
Aprenda que a vida cobra caro
às pessoas que não valerem nada
e que sentem na riqueza conquistada,
a questão ocultada pela “sorte”.
É preciso sempre acreditar!!
Ir, batalhar, correr atrás!
Ouvir atento e sempre aprender:
Não se vira um ser humano
por acaso,
assim da noite para o dia.
Estudamos vários anos
esse caso,
juntamos os conceitos adequados
para o “case” infalível
da empatia.
Saiba que a queda, antes de tudo,
é o ensejo para o lado criativo
aflorar a consciência coletiva
na essência social do indivíduo.
Crédito da imagem – HinkingArtist.com