Jean Cocteau
Jean Maurice Eugène Clément Cocteau nasceu a 5 de julho de 1889, em Maisons-Laffitte, na França. Um dos mais completos e talentosos artistas da sua geração e tratado como um dos principais cineastas de todos os tempos, foi personagem de destaque do movimento surrealista francês. Muito presente à cena cultural da época, fez amizades com grandes outros nomes da arte, como Pablo Picasso, Édith Piaf, Guillaume Apollinaire e Raymond Radiguet. Em 1955, Cocteau foi eleito membro da Academia Francesa.
Jean Cocteau começou a escrever na infância. Aos 16 anos já apresentava algumas poesias iniciais e, em 1908, com 19 anos, publicou o seu primeiro livro, intitulado “A Lâmpada de Aladim”. Logo no ano seguinte, editou “O Príncipe Frívolo”, obra que ganhou boa repercussão e levou o poeta a participar de círculos artísticos, conhecendo nomes como Marcel Proust, Maurice Barrès e Andre Gide.
Apesar de ter tido relacionamentos com mulheres, Cocteau nunca fez muita questão de esconder a sua homossexualidade. Ao se aproximar de Apollinaire, trabalhando na Cruz Vermelha durante período da Primeira Guerra Mundial, passou a fazer parte do Surrealismo, mesmo travando homofóbica rejeição do líder do movimento, André Breton e outros participantes.
Cocteau, apesar da grande versatilidade artística, insistia que era, antes de tudo, um poeta e que toda a sua obra era poesia. Por isso, em sua produção poética ele conseguiu conjugar magistralmente os novos e velhos códigos verbais, apresentando uma linguagem modernista e paradoxal, ricas em simbolismos e imagens surreais.
A voz humana também foi tema importante na obra de Cocteau. Suas experiências com a fala teve auge na peça de teatro “A Voz Humana”, mas ganhou extensão em seus poemas apresentando as realidades e os sentimentos expressados pela comunicação das pessoas.
Jean Cocteau morreu no dia 11 de outubro de 1963, em Milly-la-Foret, na França. Ele sofreu um enfarte no coração algumas horas depois de saber da morte da sua amiga Édith Piaf.
Poemas de Jean Cocteau:
Do Discurso do Grande Sono
Eu trabalho, eis aqui a pluma, o papel : a pista branca onde o homem pode tourear o mistério.
Ídolo
Todas tuas velhas cicatrizes Terra foram o charme da tua figura de guerra
Dorso de Anjo
Em sonhos rua que encanta e uma trombeta irreal mentiras são que levanta um anjo celestial. Que seja sonho ou não seja, logo a mentira se afunda, se a gente de cima o veja, que todo o anjo é corcunda. Pelo menos é-o a sombra na parede do meu quarto.
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