Guillaume Apollinaire
Wilhelm Albert Włodzimierz Apolinary de Wąż-Kostrowicki, mais conhecido como Guillaume Apollinaire, nasceu no dia 26 de agosto de 1880, em Roma, na Itália. Considerado um dos mais importantes poetas vanguardistas do início do século XX, foi ávido ativista cultural, participando do Cubismo e sendo o criador da palavra “Surrealismo”. Apesar da origem italiana, passou a maior parte da vida na França, tornando-se um dos mais reconhecidos escritores em língua francesa.
Filho da condessa polaca Angelica Kostrowicka e de pai desconhecido (suspeita-se de Francesco Flugi d’Aspermont, um aristocrata suíço-italiano), Apollinaire viveu até os 7 anos em Roma. Mudou-se com a família para a França, morando em Mônaco, Nice, Cannes e Lyon. Em 1902 vai para Paris onde começa a ter um contato mais direto com outros artistas. Torna-se figura conhecida no bairro de Montparnasse, um dos locais de maior efervescência artística da época. Fica amigo de nomes como Pablo Picasso, Max Jacob, Jean Cocteau, André Derain, além da artista plástica Marie Laurencin, com quem teve um conturbado relacionamento amoroso. Nesse período passa a participar do movimento Cubista, sendo o autor de importantes manifestos futuristas e inventor do termo “surrealismo”.
Depois de algumas publicações anônimas, em 1909, Guillaume Apollinaire publica “O Encantador em Putrefação”, o seu primeiro livro. Com pensamentos à frente de seu tempo, a obra literária de Apollinaire trouxe uma nova estética à forma poética de composição, rompendo as barreiras da pontuação e da tipografia regular. De natureza simbolista, além de suas ideias futuristas, que incluíam as principais novidades tecnológicas da época – o avião, o telefone, o rádio e a fotografia -, os poemas de Apollinaire também era muito influenciados por suas inúmeras relações amorosas. As mulheres de sua vida serviram de musas inspiradoras para os seus versos mais intensos.
Em 1911, já reconhecido como um dos poetas da vanguarda parisiense, Apollinaire é preso acusado de ser cúmplice no histórico roubo da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, ocorrido no Museu Louvre. Apesar de ter ficado apenas 1 semana encarcerado, o tempo na prisão trouxe um novo olhar às obras do escritor, que passou a denunciar “atos de barbárie” dos estrangeiros contra a cultura nacional.
Vítima da gripe espanhola, Guillaume Apollinaire morreu aos 38 anos de idade, no dia 9 de novembro de 1918, em Paris. Ele foi enterrado no cemitério de Père-Lachaise tendo o seu túmulo uma escultura em forma de menir feita por Pablo Picasso.
Poemas de Guillaume Apollinaire:
Desejo
Meu desejo é a região diante de mim Atrás das linhas boches Meu desejo está também atrás de mim Depois da zona das tropas Meu desejo é a colina ardente Meu desejo está no alvo que miro Do meu desejo além da zona das tropas Hoje não falo mas penso Colina ardente eu te...
A Ponte Mirabeau
Escorre sob a ponte o rio Sena E em nossos amores A lembrança me acena Vinha sempre o prazer depois da pena Que venha a noite e soe a hora Os dias se vão não vou embora Mãos nas mãos esperemos face a face Até que sob a ponte Dos nossos braços passe O eterno desse...
Eu finalmente Me Afastei
(Inscrição que se Encontra sobre seu Túmulo) Eu finalmente me afastei De tudo que há de natural Posso morrer mas não pecar E o que ninguém jamais tocou Não só toquei como apalpei Já perscrutei o que ninguém Nunca sequer imaginou E sopesei vezes sem conta Até a vida...
O Pavão
Quando abre sua cauda, este pássaro, que arrasta as plumas normalmente, mostra a beleza de seu lábaro, Mas deixa o traseiro evidente.
O Gato
Em minha casa faço questão: De mulher com a sua razão Gatos que me distraiam de ler Amigos em cada estação Sem os quais não posso viver.
Versos a Lou
(Gui canta para Lou) Meu lobinho adorado queria morrer no dia em que você me amasse Queria ser bonito para que você me amasse Queria ser forte para que você me amasse Queria ser jovem jovem para que você me amasse Queria que guerra recomeçasse para que você me amasse...
Muito bom 👍