Stéphane Mallarmé
Éttiene Mallarmé, mais conhecido pela assinatura literária, Stéphane Mallarmé, nasceu no dia 18 de março de 1842, em Paris, França. Considerado um dos mais importantes poetas franceses de todos os tempos, promoveu uma grande revolução na poesia durante a segunda metade do século XIX e que, mais tarde, influenciaria movimentos vanguardistas do século XX, principalmente os de vertentes futuristas e dadaístas. Ao lado de Guillaume Apollinaire e Ezra Pound, Mallarmé está entre os percursores da poesia concreta.
Antes de publicar o seu primeiro livro de poesia, “Um lance de dados jamais abolirá o acaso” (“Un coup de dés jamais n’abolira le hasard”), em 1897, Mallarmé apresentava os seus poemas na revista “O Parnaso Contemporâneo”, editada em Paris durante a década de 1860. O simbolismo nas obras do escritor chamava a atenção, assim como a sua forma peculiar de expressar a verdade através da sugestão – mais até do que a própria narração – mostrando reflexões lúcidas, mas bastante complexas. A sua obra é caracterizada por uma afável musicalidade, muitas alusões, além de grandes experimentações gramaticais.
Exaltado pela elite intelectual francesa, Mallarmé ficou amigo de outros grandes poetas da época, como Jean-Nicolas, Arthur Rimbaud e Paul Verlaine. Em sua casa, na rue Rome, em Paris, ele gostava de promover grandes tertúlias culturais para sessões de leitura e conversas sobre arte e filosofia. Entre os principais convidados, André Gide e Oscar Wilde, estavam sempre presentes. Respaldado pelo seu vasto conhecimento, Mallarmé tornou-se um dos principais críticos de sua geração, influenciando escritores do movimento simbolista, assim como artistas e compositores da escola impressionista, que passaram a desenvolver, em oposição ao formalismo clássico da época, uma arte espontânea e moderna.
Stéphane Mallarmé faleceu no dia 9 de setembro de 1898, em Valvins, comuna de Vulaines-sur-Seine. Para sua angústia (revelada em cartas para amigos) não conseguiu terminar o seu grande projeto literário, intitulado “A Grande Obra”. Pressentindo a chegada da morte, um dia antes pediu à sua esposa, Maria Christina Gerhard, e à filha, Geneviève, que queimassem boa parte de seus escritos.
Poemas de Stéphane Mallarmé:
Fosse
Seria pior não mais nem menos indiferentemente mas tanto quanto
Angústia
Não vim domar teu corpo esta noite, ó cadela Que encerras os pecados de um povo, ou cavar Em teus cabelos torpes a triste procela No incurável fastio em meu beijo a vazar: Busco em teu leito o sono atroz sem devaneios Pairando sob ignotas telas do remorso, E que...
O Acaso
Cai a pluma rítmico suspense do sinistro nas espumas primordiais de onde há pouco sobressaltara seu delírio a um cimo fenescido pela neutralidade idêntica do abismo
Tristeza de Verão
O sol, na areia, aquece, ó brava adormecida, O ouro da tua coma em banho langoroso, Queimando o seu incenso em tua face aguerrida, E mistura aos teus prantos um filtro amoroso. Desse branco fulgor a imóvel calmaria Te faz dizer, dolente, ó carícias discretas, “Jamais...
Triunfalmente a Fugir…
Triunfalmente a fugir o belo suicida, Tição de glória, espuma em sangue, ouro, tormenta! Oh! riso se me chama a púrpura perdida Ao cortejo real da tumba que me tenta. Não! de todo o fulgor nem mesmo se sustenta Um brilho, é meia-noite e a sombra nos convida, Salvo o...
Dama
Sem tanto ardor embora ainda flamante A rosa que cruel ou lacerada e lassa Se deveste do alvor que a púpura deslaça Para em sua carne ouvir o choro do diamante Sim sem crises de orvalho antes em doce alento Nem brisa o fragor do céu leve ao fracasso Com ciúme de criar...
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- Charles Baudelaire
- Edgar Allan Poe
- Dante Alighieri
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