Mais um duro golpe na poesia brasileira em tempos de Covid-19. A poeta Olga Savary morreu, nessa sexta-feira, dia 15 de maio, aos 86 anos, prestes a completar 87, no Rio de Janeiro. Nascida em Belém do Pará, no dia 21 de maio de 1933, Olga também foi uma importante contista, novelista, crítica e tradutora, tendo traduzido mais de 40 obras, principalmente de escritores hispano-americanos, como Jorge Luís Borges, Julio Cortázar, Pablo Neruda e Octavio Paz. Ficou nacionalmente conhecida por ter sido a primeira mulher a lançar um livro inteiramente dedicado a poemas eróticos. Com 20 publicações na carreira, recebeu o Prêmio Jabuti, em 1971.

A obra poética de Olga Savary caracteriza-se pela à concisão, formas breves e metros curtos. Escrevendo pequenas elegias e também haicais, grande parte de seus poemas exploram os elementos da natureza, além da essência da mulher. Muito dos seus livros são, até hoje, objetos de teses, adaptações e também foram musicadas por compositores eruditos e da MPB, em discos e CD.

“PÁSSARO”

“A noite não é tua
mas nos dias
—curtos demais para o vôo —
amadureces como um fruto.
Tuas asas seguem as estações.
É tua a curvatura da terra.
Pássaro, metáfora de poeta.”

(Olga Savary)

Leia aqui alguns poemas de Olga Savary