Jorge Luís Borges

Poetas

Jorge Francisco Isidoro Luís Borges nasceu no dia 24 de agosto de 1899, em Buenos Aires, na Argentina. Considerado um dos maiores nomes da literatura latino-americana no século XX, fez do Surrealismo o mote de suas obras. Poeta, escritor e crítico literário, ele recebeu diversos prêmios internacionais e teve seus livros traduzidos nas mais diversas línguas e publicados em todo o mundo.

Por causa de sua avó materna, que era de origem inglesa, Jorge Luís Borges aprendeu a falar inglês antes mesmo do espanhol. Por isso, teve também como influência a literatura britânica em suas obras, principalmente ao intitular suas poesias. Publicou seu primeiro livro de poemas, “Fervor de Buenos Aires”, de 1923, e fez, ao longo do tempo, diversos poemas em homenagem a outros escritores, como James Joyce, Walt Whitman e Luís de Camões.

As obras literárias de Borges são provocadoras, profundas e peculiares. De uma forma bem própria de escrita, o autor abordava temas que fugiam ao senso comum da realidade, transgredindo regras e padrões estabelecidos na época. Abordava pensamentos filosóficos, metafísicos, mitológicos e também explorava muita a teologia. Segundo o escritor J.M Coetzee disse que Borges, mais do que ninguém, conseguiu renovar a linguagem da ficção e abriu caminho para uma geração notável de romancistas hispano-americanos.

Jorge Luís Borges faleceu aos 86 anos de idade, no dia 14 de junho de 1986, em Genebra, Suíça.

Poemas de Jorge Luís Borges:

Um Cego

Não sei qual é a cara que me mira Quando olho minha cara em um espelho; Em seu reflexo não sei quem é o velho Que me olha com cansada e muda ira. Lento na sombra, com a mão exploro As invisíveis rugas. Eis que assoma Um lampejo. Vislumbro a tua coma Que hoje é cinza...

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Labirinto

Não haverá uma porta. Já estás dentro, Mas o alcácer abarca o universo E não tem nem anverso nem reverso Nem muro externo nem secreto centro. Não penses que o rigor do teu caminho Que fatalmente se bifurca em outro, Que fatalmente se bifurca em outro, Terá fim. É de...

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Everness

Só uma coisa não há. Esta é o olvido. Deus, que salva o metal e salva a escória, Numera na profética memória As luas que serão e que hajam sido. Tudo já está. Os mil reflexos velhos Que por entre os crepúsculos do dia Teu rosto foi deixando nos espelhos E os que ainda...

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Camden, 1982

O cheiro do jornal e dos periódicos. O domingo e seus tédios. A manhã E na entrevista página essa vã Publicação de versos alegóricos De um colega feliz. O homem velho Está prostrado e branco na decente Habitação de pobre. Ociosamente Olha seu rosto no cansado espelho....

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Composição Escrita em seu Exemplar da Gesta de Beowulf

Às vezes me pergunto que razões Me movem a estudar sem esperança De precisão, enquanto a noite avança, O idioma dos ásperos saxões. No desgaste dos anos a memória Deixa cair em vão a repetida Palavra e é assim que a minha vida Tece e destece a sua exausta história....

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Poema dos Dons

Ninguém rebaixe a lágrima ou censura Esta declaração da maestria De Deus, que com magnífica ironia Me deu mil livros e uma noite escura. Desta terra de livros fez senhores A olhos sem luz, que apenas se concedem Sonhar com bibliotecas e com cores De insensatos...

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