Orides Fontela
Orides de Lourdes Teixeira Fontela, nasceu a 2 de abril de 1940, em São João da Boa Vista, São Paulo. Uma das mais representativas poetas do país na segunda metade do Século XX, obteve diversos prêmios durante sua trajetória, inclusive o Prêmio Jabuti de Poesia, em 1983 e o da Associação Paulista dos Críticos de Arte, em 1996, com o livro “Teia”.
Começa a escrever em 1946, após ser educada por sua mãe. Em 1955, cursa a Escola Normal de São João da Boa Vista. Seus primeiros versos são publicados em 1956 no jornal “O Município” daquela cidade. Em 1967, vai para São Paulo (SP), onde ingressa no curso de Filosofia da Universidade de São Paulo – USP, formando-se em 1972. Trabalha como professora primária e bibliotecária em várias escolas da rede de ensino São Paulo.
A obra de Orides Fontela repercute até hoje como um importante lastro para o modernismo brasileiro. Em tom, na maioria das vezes, confessional, ela consegue dizer muita coisa por meio de poucas palavras, encontrando precisão específica para abordar sua verdade multiplica e possibilidades de interpretação.
De personalidade complexa, Orides atravessou graves crises depressivas ao longo da vida. Isolou-se por diversas vezes, mas enfrentando dificuldades financeiras, precisou ser ajudada por amigos, como Antonio Candido e Marilena Chauí. Despejada, viveu seus últimos ano na “Casa do Estudante Universitário”, em São Paulo.
Orides Fontela faleceu no dia 02 de novembro de 1998, em Campos do Jordão, São Paulo. Em 2007, o Ministério da Cultura concedeu-lhe em 2007 a Ordem do Mérito Cultural, categoria Grã-Cruz.
Poemas de Orides Fontela:
Penélope
O que faço des faço o que vivo des vivo o que amo des amo (meu “sim” traz o “não” no seio).
Teologia
Não sou um Deus, Graças a todos os deuses! Sou carne viva e sal. Posso morrer.
Fala
Tudo será difícil de dizer: a palavra real nunca é suave. Tudo será duro: luz impiedosa excessiva vivência consciência demais do ser. Tudo será capaz de ferir. Será agressivamente real. Tão real que nos despedaça. Não há piedade nos signos e nem no amor: o ser é...