Paul Verlaine
Paul Marie Verlaine nasceu no dia 30 de março de 1844, em Metz, na França. Apelidado de “Príncipe dos Poetas” é considerado um dos mais importantes nomes da poesia francesa, em especial do Simbolismo. Boêmio e intempestivo, ficou conhecido por relações amorosas polêmicas, principalmente com o também poeta francês Arthur Rimbaud, que causou grande polêmica na época.
Paul Verlaine começou a escrever poesia influenciado pelo parnasianismo. Por isso, a sua primeira grande referência literária foi Charles Leconte de Lisle, um dos principais expoentes desse movimento. Aos 22 anos, em 1866, lançou a sua primeira obra, “Poèmes saturniens”, que apesar da crítica negativa de Charles Augustin Sainte-Beuve – principal crítico literário da época -, colocou o nome do jovem escritor em evidência no país, sendo considerado um poeta original e de futuro promissor.
O primeiro grande amor da vida de Verlaine, Mathilde Mauté, ajudou o poeta a abordar temas mais próximos à sua realidade. Eles se casaram em 1870 e logo tiveram um filho, mas o relacionamento durou apenas 2 anos, quando, pelas noites parisienses conheceu Arthur Rimbaud, que tinha apenas 16 anos. Ambos mantiveram uma relação intensa e bastante tumultuada durante 4 anos. Em uma das muitas discussões, no ano de 1872, em Bruxelas, Verlaine disparou dois tiros contra Rimbaud, ferindo-o ligeiramente em um dos pulsos. O poeta foi preso e encarcerado em Mons por dois anos. Nesse período ele se converteu ao catolicismo e passou a escrever sobre esse tema.
A obra poética de Verlaine causava diferentes reações e críticas na época. Em 1884, ele chegou a utilizar a expressão “poète maudit” (“poeta maldito”), para se referir ao grupo de escritores que, assim como ele, lutava contra convenções poéticas e o desprezo dos críticos. Nesse grupo também estavam Rimbaud, Stéphane Mallarmé, Paul Valéry e Albert Samain, que seriam chamados mais tarde de “Simbolistas”. Esses poetas abordavam temas correspondentes às estéticas de Arthur Schopenhauer e escreviam sobre desejos, fatalidades, temas sexuais (salientando as prostitutas), a rotina da cidade e fenômenos irracionais (delírios, sonhos, narcóticos e álcool).
Paul Verlaine morreu em Paris a 8 de janeiro de 1896, com 52 anos de idade.
Poemas de Paul Verlaine:
Canção de Outono
Estes lamentos Dos violões lentos Do outono Enchem minha alma De uma onda calma De sono. E soluçando, Pálido quando Soa a hora, Recordo todos Os dias doudos De outrora. E vou à-toa No ar mau que voa, Que importa? Vou pela vida, Folha caída E...
O Lar, a Estreita Luz
O lar, a estreita luz de uma lâmpada honesta: O desvaneio com um dedo contra a testa E os olhos a sumir nos olhos bem-amados; A hora do chá cheiroso e dos livros fechados; O prazer de sentir o fim de uma noitada; A adorável fadiga e a espera idolatrada De uma sombra...
A Angústia
Nada em ti me comove, Natureza, nem Faustos das madrugadas, nem campos fecundos, Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro, A solene dolência dos poentes, além. Eu rio-me da Arte, do Homem, das canções, Da poesia, dos templos e das espirais Lançadas para o céu...
A uma Mulher
Pra vós são estes versos, pla consoladora Graça dos olhos onde chora e ri um sonho Doce, pla vossa alma pura e sempre boa, Versos do fundo desta aflição opressora. Porque, ai! o pesadelo hediondo que me assombra Não dá tréguas e, louco, furioso, ciumento,...
O Meu Sonho Habitual
Tenho às vezes um sonho estranho e penetrante Com uma desconhecida, que amo e que me ama E que, de cada vez, nunca é bem a mesma Nem é bem qualquer outra, e me ama e compreende. Porque me entende, e o meu coração, transparente Só pra ela, ah!, deixa de ser um problema...
O Amor no Chão
O vento da outra noite derrubou o Amor Que, no mais misterioso recanto do parque, Nos sorria, ao esticar malignamente o arco, E cujo ar nos fez meditar com fervor! O vento da outra noite derrubou-o! O mármore com o sopro da manhã, disperso, gira. É triste Olhar o...
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