Paulo Mendes Campos

Poetas

Paulo Mendes Campos nasceu no dia 28 de fevereiro de 1922, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Um dos mais bem conceituados poetas brasileiros de sua geração, também foi um grande tradutor e cronista, tendo atuado como jornalista em diversos jornais do país. Ao lado dos escritores Otto Lara Resende, Fernando Sabino e Hélio Pellegrino,  formou o lendário quarteto mineiro “Os 4 Cavaleiros de um Íntimo Apocalipse”, onde traçavam, por meio de elegias ou em textos necrológios, perfis de pessoas com as quais conviveram ao longo de suas vidas.

Já reconhecido em Belo Horizonte, em 1945, aos 23 anos, Paulo Mendes mudou-se para o Rio de Janeiro para trabalhar no Instituto Nacional do Livro, sendo o diretor da seção de obras raras da Biblioteca Nacional. Apaixonado pela cidade, construiu boa parte de suas obras observando o cotidiano do carioca, principalmente a sua forma simples de levar a vida. A boemia, as conversas descontraídas em bares e botequins, a paixão pelo mar, pela música e pelo futebol, foram temas corriqueiros nos versos do poeta.

O primeiro livro de Paulo Mendes foi “A palavra escrita”, publicado em 1951, mas seu grande sucesso na poesia foi com o livro “O domingo azul do mar”, de 1958. O poeta se destacou ainda por “Homenzinho na ventania” (1962), “Os bares morrem numa quarta-feira” (1981) e “Diário da tarde” (1986). Já como cronista, “O cego de Ipanema” (1960) foi seu primeiro trabalho.

Paulo Mendes Campos faleceu em 01 de julho de 1991, aos 69 anos, no Rio de Janeiro.

Poemas de Paulo Mendes Campos:

As Mãos que Procuram

Quando o olhar adivinhando a vida Prende-se a outro olhar de criatura O espaço se converte na moldura O tempo incide incerto sem medida As mãos que se procuram ficam presas Os dedos estreitados lembram garras Da ave de rapina quando agarra A carne de outras aves...

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Três Coisas

Não consigo entender O tempo A morte Teu olhar O tempo é muito comprido A morte não tem sentido Teu olhar me põe perdido Não consigo medir O tempo A morte Teu olhar O tempo, quando é que cessa? A morte, quando começa? Teu olhar, quando se expressa? Muito medo tenho Do...

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O Morto

Por que celeste transtorno tarda-me o cosmo do sangue o óleo grosso do morto? Por que ver pelo meu olho? Por que usar o meu corpo? Se eu sou vivo e ele morto? Por que pacto inconsentido (ou miserável acordo) Aninhou-se em mim o morto? Que prazer mais decomposto faz do...

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Tempo-Eternidade

O instante é tudo para mim que ausente do segredo que os dias encadeia me abismo na canção que pastoreia as infinitas nuvens do presente. Pobre de tempo fico transparente à luza desta canção que me rodeia como se a carne se fizesse alheia à nossa opacidade...

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O Tempo

Só no passado a solidão é inexplicável. Tufo de plantas misteriosas o presente Mas o passado é como a noite escura Sôbre o mar escuro Embora irreal o abutre É incômodo meu sonho de ser real Ou somos nós aparições fantasiosas E forte e verdadeiro o abutre do rochedo Os...

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