Olavo Bilac
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de dezembro de 1865. Nomeado o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, em um concurso promovido pela revista “Fon-Fon”, ele se destacou pelo nacionalismo (compôs a letra do Hino à Bandeira brasileira) e também como um dos principais representantes do Movimento Parnasiano no país. Olavo Bilac é membro fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL), criando a cadeira nº 15, cujo patrono é Gonçalves Dias.
Conhecido por poemas que buscavam valorizar a língua portuguesa, elegância do vocabulário, riqueza em rimas, rígidas métricas e composições poéticas, Bilac formou a importante “Tríade Parnasiana”, ao lado de Raimundo Correia e Alberto Oliveira, inspirado na mitologia greco-romana. Além de poeta, ele também foi um grande contista e jornalista, participando como colaborador de diversas revistas, como em “A Semana”, juntamente com Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Coelho Neto, entre outros.
Republicano, Olavo Bilac escreveu, em 1889, a letra do “Hino à Bandeira brasileira”. Opondo-se ao governo de Floriano Peixoto, em 1893, foi preso e exilado em Ouro Preto, então capital de Minas Gerais.
Olavo Bilac morreu no Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro de 1918.
Poemas de Olavo Bilac:
Via Láctea
I Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via Que, aos raios do luar iluminada, Entre as estrelas trêmulas subia Uma infinita e cintilante escada. E eu olhava-a de baixo, olhava-a... Em cada Degrau, que o ouro mais límpido vestia, Mudo e sereno, um anjo a harpa doirada,...
Um Beijo
Foste o beijo melhor da minha vida, Ou talvez o pior... Glória e tormento, Contigo à luz subi do firmamento, Contigo fui pela infernal descida! Morreste, e o meu desejo não te olvida: Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, E do teu gosto amargo me alimento, E...
Ouvir Estrelas
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol,...
Palavras
As palavras do amor expiram como os versos, Com que adoço a amargura e embalo o pensamento: Vagos clarões, vapor de perfumes dispersos, Vidas que não têm vida, existências que invento; Esplendor cedo morto, ânsia breve, universos De pó, que o sopro espalha ao torvelim...
Fogo-fátuo
Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma A esta tortura de homem e de artista: Desdém pelo que encerra a minha palma, E ambição pelo mais que não exista; Esta febre, que o espírito me encalma E logo me enregela; esta conquista De idéias, ao nascer, morrendo na alma, De...
Língua Portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela… Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o...
Dormes…
Dormes… Mas que sussurro a umedecida Terra desperta? Que rumor enleva As estrelas, que no alto a Noite leva Presas, luzindo, à túnica estendida? São meus versos! Palpita a minha vida Neles, falenas que a saudade eleva De meu seio, e que vão, rompendo a treva, Encher...
XXX
Ao coração que sofre, separado Do teu, no exílio em que a chorar me vejo, Não basta o afeto simples e sagrado Com que das desventuras me protejo. Não me basta saber que sou amado, Nem só desejo o teu amor: desejo Ter nos braços teu corpo delicado, Ter na boca a doçura...
Hino à Bandeira
Salve lindo pendão da esperança! Salve símbolo augusto da paz! Tua nobre presença à lembrança A grandeza da Pátria nos traz. Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil! Em teu seio formoso retratas Este céu...
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