Roberto Bolaño

Poetas

Roberto Bolaño Ávalos nasceu a 28 de abril de 1953, em Santiago do Chile. Considerado por muitos como o mais importante autor latino-americano de sua geração, foi fundador do pequeno movimento “Infrarrealismo”, manifesto de inspiração surrealista contra a narrativa institucionalizada do realismo mágico. Apesar de mais conhecido por seus romances, Bolaño publicou três livros de poesia, a sua maior paixão literária.

Aos 15 anos, em 1968, Roberto Bolaño mudou-se com a família para a Cidade do México. Logo em seus primeiros anos na capital mexicana, abandonou os estudos e passou a se dedicar à literatura. Retornou ao Chile em 1973 com ávidas posições políticas, militando em prol do regime socialista de Salvador Allende. Após o golpe de Augusto Pinochet, Bolaño, como outros jovens, foi preso e passou oito dias na cadeia.

Pelas caracetrísticas de seus personagens, cenários e algumas interpretações que fizeram da sua obra, criou-se a imagem de que Roberto Bolaño sempre sonhou ser apenas poeta e não romancista. Até por isso, o escritor adotou um estilo de vida de poeta boêmio e passou a produzir trabalhos substanciais em prosa na década de 90.

Fã de Nicanor Parra, Roberto Bolaño publicou, por pequenas editoras, alguns livros de poesia como “Os Cachorros românticos” e “A Universidade desconhecida”. Sua viúva, em nota editorial, assegurou que todo o material poético então publicado teria sido preparado pelo próprio escritor.

O reconhecimento da obra de Bolaño aconteceu quase que imediatamente, colocando-se à posição de figura relevante na literatura espanhola e latino-americana. Dentre seus principais prêmios, ganhou o “Prêmio Rómulo Gallegos”, por seu romance “Os Detetives Selvagens”, que ele descreveu como uma carta de despedida à sua geração.

Roberto Bolaño morreu aos 50 anos, no dia 15 de julho de 2003, em Barcelona, Espanha.

Poemas de Roberto Bolaño:

Autorretrato aos 20 Anos

Me deixei levar, me lancei e nunca soubeaté onde teria podido chegar. Ia cheio de medo,com o estômago fraco e um zumbido na cabeça:acho que era o ar frio dos mortos.Não sei. Me deixei levar, pensei que era uma penaacabar tão rápido, mas por outro ladoescutei aquele...

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Ressurreição

A poesia entra no sonhocomo um mergulhador em um lago.A poesia, mais valente que qualquer umentra e caicomo chumbonum lago infinito como o Lago Nessou turvo e infausto como o lago Balatón.Contemplai-a desde o fundo:um mergulhadorinocenteenvolto nas plumasda vontade.A...

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Os Cachorros Românticos

Naquele tempo eu tinha vinte anose estava louco.Tinha perdido um paísmas tinha ganhado um sonho.E se eu tinha esse sonhoo resto não importava.Nem trabalhar nem rezarnem estudar de madrugadacom os cachorros românticos.E o sonho vivia no vazio do meu espírito.Uma casa...

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