Eucanaã Ferraz
Eucanaã Ferraz nasceu em 18 de maio de 1961, no Rio de Janeiro. Professor de Literatura Brasileira na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, é um dos mais conceituados poetas da atualidade, publicando, dentre diversas obras, os livros de poemas “Desassombro”, que recebeu o Prêmio Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional, como o melhor livro de poesia de 2002.
A primeira obra de Eucanaã, o “Livro Primeiro”, de 1990, traz um “eu” poético saudosista e com grandes duvidas sobre o futuro. No entanto, em outros momentos, a inquietação do poeta não o fez seguir uma linha de pensamentos específicos, apresentando diversas facetas, cenários, além de propostas diferentes em relação aos aspectos temáticos e formais da escrita. Focando uma ideia de “lapidação” da palavra poética, ele usa da plasticidade visual para apresentar uma imagem ideal através de um desdobramento de outras imagens e percepções.
Dentre os temas mais abordados por Eucanaã em suas obras estão a eloquência do silêncio poético, além da tensão entre o claro e escuro, como uma busca incessante em “iluminar” o breu através da limpeza dos pensamentos.
Além das próprias obras, Eucanaã é responsável também por organizar livros de autores e personagens importantes da cultura brasileiras, tais como Caetano Veloso, Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade.
Desde 2010, Eucanaã Ferraz atua como consultor de literatura do Instituto Moreira Salles, em São Paulo, onde elabora publicações, exposições, debates, cursos e espetáculos.
Poemas de Eucanaã Ferraz:
Por Vezes, Não Raro
Por vezes, não raro,basta um gesto, sua borracha,um quase nada de alvaiade,um rasgo e só. No entanto, o carvãode certas palavras,de alguns nomes,não se apaga fácil. Afogá-lo, inútil:o maralto trazde volta cada sílabaem sal fortalecida. Enterrá-lo? Logo...
Calendário
Maio, de hábito, demora-se à porta,como o vizinho, o carteiro, o cachorro.Das três imagens, porém, nenhuma diz do que houve, para meu susto, àquele ano.O quinto mês pulou o muro alto do diacomo só fazem os rapazes, mas logo pelos quartos e sala convertia o ar em...
Orelhas
Estão certas todas as canções banais letras convencionaisseus corações como são de praxe; estão certos os poemasenfáticos inchados de artifícios à luz óbvia da luaou de estúpidos crepúsculos; os sonetos mal alinhavadostoscos estão certos bem como as confissões...
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- Ferreira Gullar
- Adriana Calcanhotto
- Murilo Mendes