Murilo Mendes

Poetas

Murilo Monteiro Mendes nasceu no dia 13 de maio de 1901, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Um dos mais destacados poetas brasileiros do Século XX, fez parte do Segundo Tempo Modernista, sendo considerado a figura principal da Poesia Surrealista no país. Participou também do “Movimento Antropofágico”, exaltando sempre a história e os aspectos mais genuínos do Brasil em suas obras.

Em 1930, Murilo Mendes lançou “Poemas”, seu primeiro livro e que lhe rendeu o Prêmio Graça Aranha de Literatura. A obra poética do autor, assim como grande parte das poesias da “Geração de 30”, aborda substancialmente críticas sociais e profundas reflexões do cotidiano humano. No ano de 1932, passa a escrever temas nacionalistas, a partir do poema “História do Brasil”, em que retrata a memória do país de maneira ufanista e irônica.

Com o passar dos anos, Murilo Mendes inicia vertentes religiosas em suas obras. Em 1935, ao lado do poeta Jorge de Lima,  escreve o livro “Tempos e Eternidade”, onde aborda a fé e a crença das pessoas relacionando às questões existenciais e sobrenaturais da vida.

Murilo Mendes faleceu no dia 13 de agosto de 1975, em Estoril, Portugal.

 

Poemas de Murilo Mendes:

Metade Pássaro

A mulher do fim do mundo Dá de comer às roseiras, Dá de beber às estátuas, Dá de sonhar aos poetas. A mulher do fim do mundo Chama a luz com assobio, Faz a virgem virar pedra, Cura a tempestade, Desvia o curso dos sonhos, Escreve cartas aos rios, Me puxa do sono...

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Cantiga de Malazarte

Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo, ando debaixo da pele e sacudo os sonhos. Não desprezo nada que tenha visto, todas as coisas se gravam pra sempre na minha cachola. Toco nas flores, nas almas, nos sons, nos movimentos, destelho as casas penduradas na...

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Modinha do Empregado de Banco

Eu sou triste como um prático de farmácia, sou quase tão triste como um homem que usa costeletas. Passo o dia inteiro pensando nuns carinhos de mulher mas só ouço o tectec das máquinas de escrever. Lá fora chove e a estátua de Floriano fica linda. Quantas meninas pela...

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A Tentação

Diante do crucifixo Eu paro pálido tremendo “Já que és o Verdadeiro Filho de Deus Desprega a humanidade desta cruz”.

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O Utopista

Ele acredita que o chão é duro Que todos os homens estão presos Que há limites para a poesia Que não há sorrisos nas crianças Nem amor nas mulheres Que só de pão vive o homem Que não há um outro mundo.

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Reflexão nº1

Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio Nem ama duas vezes a mesma mulher. Deus de onde tudo deriva E a circulação e o movimento infinito. Ainda não estamos habituados com o mundo Nascer é muito comprido.

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