Marina Tsvetáeva
Marina Ivánovna Tsvetáeva nasceu no dia 26 de setembro de 1894, em Moscou, Rússia. Considerada uma das principais poetas russas do século XX, teve, no entanto, a maioria de suas obras publicadas somente após a II Guerra Mundial, poucos anos depois de sua morte.
Filho de um renomado filólogo e de uma musicista de ascendência alemã, Marina Tsvetáeva sempre esteve ligada às artes e à poesia. Aos 16 anos, publicou o seu primeiro livro de poemas, muito bem acolhido pela crítica que logo passou a considerá-la uma revelação literária no país.
Muito estudiosa, ela aprofundou seus conhecimentos literários, principalmente em relação à lírica européia, com autores alemão e franceses. Porém, ainda assim, as grandes influências das obras de Tsvetáeva sempre foram poetas conterrâneos, entre eles, Aleksandr Blok, Anna Akhmátova e Vladimir Maiakóvski.
Os temas mais abordados em seus poemas também são sobre o seu país, o período político – a Revolução Russa de 1917 – e inquietações. Tinha um refinamento para escrever, além de uma fabulosa diversidade de estilos e de argumentos, aliados a uma expressão rítmica melódica, que a insere como uma representante da moderna poesia russa.
Em 1922, depois da Revolução Russa, Tsvetáeva precisou exilar-se em Praga, junto com seu esposo, Sergei Efron, que era militar, e sua filha Ariadna. Três anos depois, em 1925, mudam-se para França, onde vivem por 14 anos e tem mais dois filhos: Irina e Georgi. Retornou à União Soviética em 1939, porém, logo ao regressar à Rússia viu seu marido e sua filha serem presos. Sergei foi fuzilado em 1941.
Tsvetáeva passou a viver em desgraça em seu país. Com a desaprovação oficial, não conseguia morada nem trabalho, vivendo de favores e em condições precárias. Sua filha Irina, inclusive, foi entregue a um orfanato onde veio a morrer de fome.
Quando teve início a “Grande Guerra Patriótica” (nome dado pelos soviéticos para a II Guerra Mundial), Marina Tsvetáeva foi levada para a cidade de Ielabuga, no Tartaristão. Amargurada com todos os acontecimentos vividos, ela comete suicídio, também em 1941. Contudo, muitos acreditam que a poeta foi morta por agentes da NKVD, polícia política, de Stálin.
Tsvetáeva deixou uma obra poética que foi salva da destruição e do esquecimento por sua filha Ariadna. Durante o regime soviético permaneceu inédita até depois da II Guerra, quando passou a ser publicada em folhas clandestinas.
Marina Tsvetáeva morreu no dia em 1941, Ielabuga, no Tartaristão, Rússia.
Poemas de Marina Tsvetáeva:
Do Ciclo o Aluno
Pelos montes - túmidos e úmidos,Sob o sol - potente e poento,Com a bota - tímida e humilde -Atrás do manto - roxo e roto. Pelas areias - ávidas e ácidas,Sob o sol - candente e sedento,Com a bota - tímida e humilde -Atrás do manto - rasto e rasto. Pelas ondas - rábidas...
À Vida
Não roubarás minha corVermelha, de rio que estua.Sou recusa: és caçador.Persegues: eu sou a fuga. Não dou minha alma cativa!Colhido em pleno disparo,Curva o pescoço o cavaloÁrabe -E abre a veia da vida.
Tomaram
Tomaram logo e com espaço:Tomaram fontes e montanhas,Tomaram o carvão e o aço,Nosso cristal, nossas entranhas. Tomaram trevos e campinas,Tomaram o Norte e o Oeste,Tomaram mel, tomaram minas,Tomaram o Sul e o Leste. Tomaram a Vary e a Tatry,Tomaram o perto e o...
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