Emílio de Menezes

Emílio de Menezes

Emílio de Menezes

Poetas

Emílio Nunes Correia de Meneses, ou simplesmente Emílio de Menezes, nasceu no dia 4 de julho de 1866, em Curitiba, Paraná. Um dos escritores mais “provocadores” da nossa literatura, fez parte do movimento parnasiano sendo considerado o principal sucessor de Gregório de Matos  na poesia satírica brasileira. Sonetista, foi membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira 20, de 1914 a 1918.

Filho de poeta, Emílio de Menezes já se mostrava um jovem rebelde e questionador pelas ruas de Curitiba. Aos 18 anos foi morar no Rio de Janeiro, ampliando ainda mais a sua personalidade subversiva. Desregrou-se de vez pela boemia passando noites em claro, na calaçaria dos cafés e botequins, tornando-se um célebre personagem entre tantos outros poetas boêmios e, assim, cultivando forte relação de amizade com a cena literária local.

Além dos prazeres e amigos, a noite carioca revelou sua fértil imaginação e grande habilidade com as palavras. Passou a escrever e apresentar seus poemas que eram tidos, primeiramente, como desconfortantes e maledicentes, mas que aos poucos foram ganhando o conceito satírico, comum à outras épocas.

Especializou-se em escrever sonetos, tendo publicado cerca de 23o poemas. Dono de versos mordazes e sem desvelos, Emílio de Menezes não poupava críticas a ninguém: da política e seus personagens principais à sociedade conservadora, sua visão era sempre de quem não se enquadrava nunca a um mundo regido pela hipocrisia.

Como subterfúgio, Emílio também utilizou diversos pseudônimos, tais como Neófito, Gaston d’Argy, Gabriel de Anúncio, Cyrano & Cia. e Emílio Pronto da Silva.

Emílio de Menezes faleceu no dia 6 de junho de 1918, no Rio de Janeiro.

Poemas de Emílio de Menezes:

Envelhecendo

A Luís Murat Tomba às vezes meu ser. De tropeço a tropeço, Unidos, alma e corpo, ambos rolando vão. É o abismo e eu não sei se cresço ou se decresço, À proporção do mal, do bem à proporção. Sobe às vezes meu ser. De arremesso a arremesso, Unidos, estro e pulso, ambos...

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A Chegada

Noite de chuva tétrica e pressaga. Da natureza ao íntimo recesso Gritos de augúrio vão, praga por praga, Cortando a treva e o matagal espesso. Montes e vales, que a torrente alaga, Venço e à alimária o incerto passo apresso. Da última estrela à réstia Ínfima e vaga...

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Germinal

Passou. A vida é assim: é o temporal que chega, Ruge, esbraveja e passa, ecoando, serra a serra, No furioso raivar da indômita refrega Que as montanhas abala e os troncos desenterra. Mas o pranto, afinal, que essa cólera encerra Tomba: é a chuva que cai e que a...

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