Raimundo Correia

Poetas

Raimundo da Motta Azevedo Correia, mais conhecido como Raimundo Correia, nasceu a 13 de maio de 1859, em uma embarcação na baía de Mogucha, próxima a São Luís, no Maranhão. Considerado o mais filósofo dos poetas brasileiros, formou, ao lado de Olavo Bilac e Alberto Oliveira, a trinca percursora do movimento parnasiano em nossa literatura. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupou a cadeira n. 5 da ABL.

Admirador da causa abolicionista e das ideias socialistas de Antero de Quental, Raimundo Correia estreou na literatura em 1879, com a seleção de poesias “Primeiros Sonhos”. Apesar da grande influência de poetas do Romantismo, como Gonçalves Dias e Castro Alves, seus versos já mostravam peculiaridades, apresentando poemas que fugiam das estéticas formais de escrita.

A forte base filosófica encontrada nas obras de Raimundo Correia fizeram-0 ser considerado um poeta existencialista. O mote de seus poemas buscavam sempre soluções para os males da vida, tentando explicar a profusão das angústias e desesperos. Contudo, ele também manifesta amor à natureza, exaltando cenários e estímulos sensoriais.

Em 1883, publica “Sinfonias”, obra prefaciada por Machado de Assis, no qual se encontra seu mais conhecido soneto, “As pombas”. Esse poema lhe rendeu o epíteto de “poeta das pombas”. Nesse volume, ele demonstra a adesão definitiva ao Parnasianismo, formando a trindade do movimento com Alberto de Oliveira e Olavo Bilac.

Em 1911, Raimundo Correia precisou viajar para a França em busca de tratamento médico para uma recém-manifestada neurastenia, porém não conseguiu resistir por muito tempo, vindo a falecer no mesmo ano.

Raimundo Correia morreu no dia 13 de setembro de 1911, em Paris, na França.

Poemas de Raimundo Correia:

A Cavalgada

A lua banha a solitária estrada... Silêncio!... mas além, confuso e brando, O som longínquo vem se aproximando Do galopar de estranha cavalgada. São fidalgos que voltam da caçada; Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando, E as trompas a soar vão agitando O remanso da...

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Anoitecer

Esbraseia o Ocidente na agoniaO sol... Aves em bandos destacados,Por céus de oiro e de púrpura raiadosFogem... Fecha-se a pálpebra do dia... Delineiam-se, além, da serraniaOs vértices de chama aureolados,E em tudo, em torno, esbatem derramadosUns tons suaves de...

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Ser Moça e Bela Ser

Ser moça e bela ser, por que é que lhe não basta?Porque tudo o que tem de fresco e virgem gastaE destrói? Porque atrás de uma vaga esperançaFátua, aérea e fugaz, frenética se lançaA voar, a voar?...Também a borboleta,Mal rompe a ninfa, o estojo abrindo, ávida e...

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Rima

Rondo pela noiteImaginando mil coisasMeditando sozinhoAté a madrugada Isto tudo é tão contrárioMedo e coragemAmor e ódioRevolta e compreensão Mas nada rima nesse mundoApenas eu e você restávamosResto do que o mundo já foiIntensamente, imensamente, eternamente Até...

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Mal Secreto

Se a cólera que espuma, a dor que moraNa alma, e destrói cada ilusão que nasce,Tudo o que punge, tudo o que devoraO coração, no rosto se estampasse; Se se pudesse o espírito que choraVer através da máscara da face,Quanta gente, talvez, que inveja agoraNos causa, então...

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As Pombas…

Vai-se a primeira pomba despertada ...Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenasDe pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada ... E à tarde, quando a rígida nortadaSopra, aos pombais de novo elas, serenas,Ruflando as asas, sacudindo...

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