Francisco Alvim

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Poetas

Francisco Soares Alvim Neto, ou simplesmente Chico Alvim, nasceu no dia 09 de outubro de 1938, em Araxá, Minas Gerais. Um dos poetas contemporâneos mais conceituados do país, era considerado pelo amigo Cacaso como referência da “poesia marginal”, relacionando-o à primeira geração “pós-vanguardas”, marcada pela produção independente e artesanal. Faz parte da antologia “26 poetas hoje”, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda e recebeu, em 1988, o Prêmio Jabuti de Poesia.

Chico Alvim estreou na literatura em 1968 com o livro de poemas “Sol dos cegos”. Porém, sua carreira como poeta tomou maior projeção quando foi morar em Paris, como secretário da representação do Brasil junto à Unesco. Na capital francesa, entre 1969 e 1971, escreveu parte de seu livro “Passatempo”, lançado em 1974 pela coleção Frenesi.

A obra poética de Francisco Alvim dá uma impressão de ter sido escrita pela própria língua portuguesa falada no Brasil, de forma natural,  como se não tivesse sido pensada por ninguém. Repleto de variantes, esse efeito de intimidade plena com a língua expõe duas vertentes distintas: ora líricas, marcados pelo sentimento da morte e da perda, ora críticas da história que sempre passa pela fala de vozes anônimas.

Chico Alvim ainda foi cônsul-geral do Brasil em Barcelona (1995-1999) e em Roterdam na Holanda (1999-2003), tendo sido então nomeado Embaixador na Costa Rica, vindo a se aposentar do Ministério das Relações Exteriores em outubro de 2008.

Poemas de Francisco Alvim:

Fogo Fátuo

Enquanto caminhávamos parei um pouco dentro de mim e me invadiu tua brusca mocidade. Algo em ti pungiu-me: a teu lado, as casas, o ar, o amigo apodreciam e tu, sozinho, ileso pairavas no momento.

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Manhã de Sol com Azulejos

Tudo se veste da cor de teu vestido azul Tudo — menos a dona do vestido: meus olhos te passeiam nua pela grama do campo de golfe Uma curva e eis-nos diante de meu coração Não amiga não temas meu coração; é apenas um chapéu surrado que humildemente estendo para colher...

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Corpo

quantas cidades te percorrem passo a passo antes de entrar nos mil lares que te aguardam é mesmo preciso usar sapatos porque não gastar na pedra uma pele que se lixa longe do tato dentro do ônibus os dias viajam sentados em meio a ombros colados túneis esgoto bichos...

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