Cacaso

Poetas

Antônio Carlos de Brito, mais conhecido pelo apelido Cacaso, nasceu no dia 13 de março de 1944, em Uberaba, Minas Gerais. Poeta e compositor, fez parte da “geração mimeógrafo”, sendo considerado o tutor do movimento da poesia marginal brasileira, durante a década de 1970.

A primeira forma de expressão artística de Cacaso foi o desenho. Com apenas 12 anos ganhou uma página inteira de jornal por causa de suas caricaturas de políticos. A poesia veio florecer em seus trabalhos a partir da década de 1960, através de letras de sambas que escrevia com os compositores Elton Medeiros e Maurício Tapajós.

Como poeta, Cacaso estreou em 1967, com o livro “A Palavra Cerzida”. Essa obra lhe trouxe notoriedade, passando a ser considerado pela crítica literária como um ícone da primeira geração “pós-vanguarda”, ao lado de seu amigo Fracisco Alvim.  A partir de 1974, une-se a outros poetas, tais como Geraldo Carneiro, Eudoro Augusto, Carlos Saldanha e Charles Chacal, tornando-se porta-voz de um novo movimento poético, mais engajado politicamente e que contestava os poetas concretos

Ávido militante político, Cacaso participou de movimentos estudantis contra o regime militar, trazendo à tona o grupo de novos autores, os denominados “marginais”. Esse movimento ganhou grande repercussão com a publicação da antologia “26 poetas hoje”, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda, em 1976. A obra tornou-se emblemática por abrir as portas do mercado editorial para a maioria de poetas que não conseguiam emplacar suas obras, como Paulo Leminski, Torquato Neto e Ana Cristina Cesar.

Inteligente e perspicaz, a obra de Cacaso baseava-se em denúncias, porém, sempre recheadas de cinismo, ironias e refinamentos reflexivos. Suas memórias, a adoração de sua terra natal e seus principais amigos, também foram temas recorrentes da poesia do poeta.

No campo da música, Cacaso fez grandes sucesso em parcerias com Edu Lobo, Djavan, Tom Jobim, Toquinho, Olívia Byington, Sueli Costa, Cláudio Nucci, Novelli, Francis Hime, Sivuca e João Donato.

Cacaso faleceu no dia 27 de dezembro de 1987, no Rio de Janeiro. Em 2002, foi publicado uma antologia, intitulada  “Lero-lero”, que incluía, além dos livros do poeta, algumas letras e poemas inéditos. Em abril de 2016, foi lançado o documentário biográfico “Cacaso – Na Corda Bamba”.

Poemas de Cacaso:

Logias e Analogias

No Brasil a medicina vai bemmas o doente ainda vai mal.Qual o segredo profundodesta ciência original?É banal: certamentenão é o pacienteque acumula capital.

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Dentro de Mim mora um Anjo

Quem me vê assim cantandonão sabe nada de mimdentro de mim mora um anjoque tem a boca pintadaque tem as asas pintadasque tem as unhas pintadasque passa horas a fiono espelho do toucadordentro de mim mora um anjoque me sufoca de amor Dentro de mim mora um anjomontado...

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Se Porém Fosse Portanto

Se trezentos fosse trintao fracasso era um portentose bobeira fosse fintae o pecado sacramentose cuíca fosse banjoágua fresca era absintose centauro fosse anjoe atalho labirintoSe pernil fosse presuntoarmadilha era ornamentose rochedo fosse ventocabra vivo era...

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  1. Francisco Alvim » Recanto do Poeta - […] Minas Gerais. Um dos poetas contemporâneos mais conceituados do país, era considerado pelo amigo Cacaso como referência da “poesia…

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