James Joyce

Poetas

James Augustine Aloysius Joyce nasceu no dia 2 de fevereiro de 1882, em Terenure, Irlanda. Considerado dos escritores mais importantes do século XX, autor de clássicos mundiais como “Retrato do Artista Quando Jovem”,  de 1916, e, principalmente, “Ulisses”, de 1922, além de romancista e contista também foi um reconhecido poeta, sendo um dos percursores do modernismo poético em língua inglesa. Ezra Pound, por exemplo, tratava Joyce como figura ímpar do imagismo.

Embora tenha vivido apenas a juventude em sua terra natal e ser considerado um autêntico cosmopolita, Joyce sempre manteve viva as raízes irlandesas em suas obras. Seu universo literário circunda Dublin e sempre refletem os hábitos e costumes das pessoas de sua região, principalmente em relação à cultura familiar e amizades de infância.

Como poeta, apesar de muitos elogios, James Joyce nunca se considerou um grande escritor, inclusive, o autodenominava “poeta frustrado”, por achar que não conseguia, em versos, expressar os seus reais pensamentos. Escreveu o seu primeiro poema em 1891, “Et Tu Healy”, dedicado ao líder nacionalista irlandês Charles Stewart Parnell, morto no mesmo ano. O seu primeiro livro, “Música de Câmara” (Chamber Music), foi publicado em Londres, em 1907. Segundo o próprio autor, o título dessa obra foi criado a partir do som de urina num penico, “chamber pot”.

“Música de Câmara” fez um enorme sucesso em Londres. Usando de arcaísmos combinados a alguns neologismos, essa antologia de 36 poemas líricos curtos foi inspirada na poesia do período elisabetano (muito influenciada por William Shakespeare, por exemplo) e elevou o nome de Joyce ao patamar de modernista e de figura notável da escola Imagista, criada em 1921, por Ezra Pound.

Joyce publicaria ainda mais três livros de poesia: “Pomas, um Tostão Cada”, de 1927, obra próxima da radicalidade de suas prosas; “Ecce Puer”, poema escrito em 1932 sobre a morte de seu pai e o nascimento de seu neto, além de uma coleção de poesias reunidas, “Collected Poems” , em 1936.

Em 1940, sofrendo com um quadro avançado de irite (inflamação na íris ocular) que estava quase o deixando cego do olho esquerdo, Joyce se muda para Zurique, na Suíça. No entanto, um ano depois, em 1941, morre de úlcera perfurada durante uma operação.

James Joyce faleceu em 13 de janeiro de 1941, em Zurique, Suíça. O seu corpo está enterrado no Cemitério de Fluntern, junto à sua eterna musa e esposa, Nora Barnacle, falecida em 1951.

Poemas de James Joyce:

Bahnhofstrasse

Olhos que zombam mostram com sinais a rua em que ando enquanto a tarde cai- a rua é turva, e seus sinais,violáceos- a estrela do encontrar-se e do apartar-se estrela má!da pena!a idade moça, do coração pleno de alento,foi-se, e falta um velho e sábio para entender os...

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Noturno

Lúgubres na penumbra,estrelas pálidas o archote amortalhado ondeiam Dos confins do céu,fogos-fantasmas alumbram arcos sobre arcos que se alteiam, nave pecadobreu da noite Serafins, As hostes sem norte despertam para o serviço, até que tombem na penumbra sem...

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Poema no Romance

Não te cansaste do ardor trilhado, Fulgor do decaído serafim? Não lembre os dias encantados! Teu olhar tem meu coração queimado E tens até sua vontade enfim. Não te cansaste do ardor trilhado? Acima das chamas louvores elevados Ao longo dos oceanos assim. Não lembre...

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Chuva Congelada

Reduzo a cascata a um candelabro, fios De luz, ossos descarnados pelo gelo Que se refazem nas bandagens de vidro E, onde o lago age como nível de bolha, Guardo bolsas de ar para que a lontra viva. Aumento uma a uma as lâminas de grama Com brotos, chuva congelada e...

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Colunas Evocadas

As letras do mundo tornaram-se etéreas. Serifas de mármore, sólidas hastes Erguidas nas rochas e postas nos ápices Ascenderam como as colunas na história Da casa da Virgem, que ascendeu ao céu E pousou no alto da colina em Loreto. Elevei o olhar num delirante credo E...

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Música de Câmara XX

No escuro pinhal, Na sombra fria, Aos dois eu punha No pleno dia. Quão doce beijar, Pôr-se ali, Onde os pinhos altos Se enavilham! Teu beijo pousando E mais tenro Junto ao caos macio Dos cabelos. Ó, no bosque dos pinhos, No dia ao meio, Vem junto...

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